95% das pessoas que responderam a uma enquete online apoiam a decisão do Ministério das Relações Exteriores da China de expulsar uma jornalista francesa por seus comentários relacionados ao terrorismo.
A pesquisa feita pelo huanqiu.com, um site afiliado a edição chinesa do jornal Global Times, mostra que até as 7h00 de domingo, quase 199 mil pessoas votaram a favor da decisão de expulsar Ursula Gauthier do país, o que representa 94,5% do total das pessoas que responderam à pesquisa.
O Ministério das Relações Exteriores confirmou no sábado que a China recusou renovar a credencial de jornalista de Gauthier.
O porta-voz do ministério disse que Gauthier ofendeu o povo chinês com seu artigo publicado no dia 18 de novembro no qual ela expressou abertamente apoio às atividades terroristas.
Gauthier é a correspondente em Pequim da revista francesa L’Obs.
Lu disse que Gauthier falhou em pedir desculpas ao povo chinês pelas suas palavras errôneas e que não é mais adequado que ela trabalhe na China.
A China garante os direitos legais dos órgãos de comunicação e jornalistas estrangeiros no país, mas jamais vai tolerar a "liberdade" de se falar em favor do terrorismo, disse o porta-voz.
Gauthier terá de deixar a China até 31 de dezembro. Na sua reportagem, ela sugeriu que a China estava usando Paris para justificar o que ela chamou de “repressão contra a minoria étnica Uigur”.
“É claro que o Ocidente adotou dois pesos e duas medidas sobre o terrorismo...imagine como os franceses reagiriam se alguém dissesse que os ataques de Paris são resultado da política de imigração para os mulçumanos,” disse Li Wei, especialista em antiterrorismo do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, ao Global Times.
A França proíbe qualquer um de cobrir seu rosto em público, proibição que se estende para os véus que escondem todo o rosto e as burcas usadas pelas mulheres muçulmanas.
“Eu acho que a raiz do assunto está na diferença ideológica entre a China e o Ocidente...o dois pesos e duas medidas do Ocidente tem impedido desde muito tempo a cooperação internacional na luta contra o terrorismo, ” ressaltou Li.
Zhu Yongbiao, diretor-assistente do Instituto de Estudos da Ásia Central da Universidade de Lanzhou, disse ao Global Times no domingo que os resultados da pesquisa, que mostram o apoio de 95% das pessoas à decisão do Ministério das Relações Exteriores, é um sinal de que o artigo da repórter francesa cruzou da linha dos princípios morais. "Em face aos ataques terroristas, os comentários [da mídia] não devem ser influenciados pela opinião política de um repórter ou por uma determinada administração ou partido político", disse Zhu.
Edição: Rafael Lima