Por Guan Kejiang/Diário do Povo
Durante a visita do Presidente Xi Jinping à República Checa, Jan Kohout, o conselheiro presidencial da República Tcheca, participou em todas as conversas dos líderes de ambos os países. Em declarações à imprensa, Kohout afirmou que a visita superou as expectativas, tendo sido selados os acordos projetados para a ocasião. Ambas as partes concordaram em inaugurar uma relação de parceria estratégica, em alinhar os esforços de desenvolvimento da República Checa com a iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota”, assim como elaborar e delinear outros planos de parceria.
O conselheiro frisou que a cooperação ao nível local é um dos pontos fundamentais de agora em diante. A título de exemplo, referiu a cooperação entre a província de Sichuan e as regiões da Morávia e da Silésia. Entretanto Chengdu, a capital de Sichuan, já inaugurou ligações aéreas até à capital checa. Chengdu torna-se assim numa escala de referência para os 300,000 cidadãos checos que se descolam até ao sudeste asiático para passarem férias todos os anos no inverno.
Kohout mostrou-se particularmente satisfeito com a intervenção do Presidente Xi durante as negociações em torno das questões comerciais entre os dois países. O líder chinês terá incentivado as empresas de ambos os países a criarem de forma conjunta parques industriais e tecnológicos.
A pouca distância da capital, na cidade de Nymburk, onde se situa o centro de operações da empresa chinesa Changhong na Europa, é o local onde irá nascer o primeiro parque industrial sino-checo.
“A República Checa e a China já obtiveram sucessos na cooperação para a investigação e desenvolvimento de aeronaves de pequena escala. O potencial de cooperação futura no âmbito da investigação e desenvolvimento na nanotecnologia, biotecnologia, entre outras disciplinas direcionadas para os mercados de consumo mundiais é imensurável.”
O diretor da Autoridade de Promoção Comercial da República Checa,Radomill Dolezal, asseverou que o projeto “Fabricado na China 2025” promoverá o potencial económico, por um lado através da inovação e da tecnologia, e por outro através da redução dos gastos energéticos e do consumo de recursos. As necessidades tecnológicas da China no domínio da indústria da robótica, aeronáutica, redução do consumo energético e proteção ambiental, medicina, maquinaria agrícola, entre outros, oferece um vasto leque de oportunidades a empresas do exterior, entre as quais, naturalmente, se encontra o tecido empresarial checo.
Kohout chamou a atenção para o facto de no ocidente, no qual se inclui a República Checa, existirem ainda algumas pessoas que revelam um certo desconhecimento relativamente à iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota”, tendo por isso sido criado o Instituto da Nova Rota da Seda em Praga. Esta instituição é a única no leste europeu que granjeia de apoios estatais e se dedica na sua completude à investigação em torno da iniciativa proposta pela China.
Na opinião do conselheiro, um projeto que contemple a edificação da paz, o desenvolvimento, a cooperação, a obtenção de benefícios para todos os intervenientes envolvidos como base da sua evolução é algo sem precedentes na história mundial. Mais refere que a “nova rota da seda” deverá tornar-se num centro de oportunidades económicas para os países diretamente envolvidos ao longo desta travessia.
O diretor da comunicação e assuntos públicos da empresa checa Home Credit Group,Milan Tomanek, afirmou que, como uma empresa global no setor de crédito ao consumo, a inclusão da República Checa no enquadramento da iniciativa “Um Cinturão e uma Rota” trará várias oportunidades de negócio e de crescimento. Segundo ele, a empresa checa planeia seguir as passadas das empresas de telemóveis chinesas que aproveitaram o potencial deste projeto para exponenciarem a sua dimensão e crescimento.
Durante as negociações em torno do comércio bilateral, a China Huaxin Energy, China Guangdong Nuclear Power Group, juntamente com a Skoda Praha e a aliança do setor energético checo assinaram parcerias estratégicas no setor da energia nuclear, de incentivo tecnológico e de investimento conjunto. A exportação da tecnologia da indústria nuclear chinesa para solo europeu é mais um marco para a criação de novas sinergias.
Edição: Mauro Marques