Os países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – irão aumentar a colaboração na pesquisa, fabricação e certificação de vacinas para combater a pandemia da Covid-19 e tornar as vacinas mais acessíveis para os países em desenvolvimento, disseram autoridades.
Os cinco países lançaram também uma iniciativa para tornar as vacinas um bem público global, aumentar as capacidades de prevenção de doenças infeciosas e responder a emergências de saúde pública e realizar intercâmbios e cooperação que vão desde o desenvolvimento de vacinas até a vigilância epidemiológica.
Na cerimônia de lançamento online do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de Vacinas do BRICS e workshop sobre cooperação em vacinas realizada na terça-feira (22), o ministro da Ciência e Tecnologia, Wang Zhigang, disse que o centro representa uma cooperação pragmática entre os países do BRICS para enfrentar conjuntamente desafios comuns na saúde pública.
Os países do BRICS doaram mais de 1 bilhão de doses de vacinas da Covid-19 por meio de várias organizações e iniciativas internacionais, afirmou Wang.
“Os BRICS têm desempenhado um papel construtivo ao facilitar a acessibilidade das vacinas e forneceram grande energia para a luta dos países em desenvolvimento contra a pandemia”, disse ele.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, explicou em entrevista coletiva na quarta-feira (24) que o centro é atualmente uma plataforma em nuvem que consiste em uma rede de instituições de pesquisa e desenvolvedores de vacinas dos países do BRICS, e a construção da instalação física começará no devido tempo.
A saúde pública e a cooperação em vacinas serão áreas-chave de colaboração para os países do BRICS este ano, disse ele.
"Esperamos que o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de Vacinas possa reunir os pontos fortes dos cinco países, aprofundar a cooperação científica e tecnológica do BRICS, melhorar as capacidades de prevenção e controle de doenças infeciosas e contribuir para a luta global contra a pandemia", disse Wang Wenbin.
Blade Nzimande, ministro do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia da África do Sul, disse na terça-feira que a parceria do BRICS envolve um forte compromisso de propriedade conjunta e responsabilidade compartilhada, e a África do Sul está animada e comprometida em participar da iniciativa.
O Centro de P&D de Vacinas do BRICS também deve explorar o uso de novas tecnologias, como inteligência artificial e big data, para ajudar os países a melhorar as capacidades de seus sistemas científicos para prevenir e enfrentar os desafios globais de saúde, observou ele.
Mikhail Murashko, ministro da Saúde da Rússia, disse em vídeo que o centro mostra o compromisso do BRICS em fornecer assistência à população global, como tornar as vacinas mais eficazes e disponíveis para combater ameaças biológicas existentes e futuras.
“Os países do BRICS unem mais de 40% da população mundial e o potencial de nossas comunidades científicas está em alto nível”, destacou ele, acrescentando que é necessário intensificar os esforços contra outras doenças infeciosas, incluindo tuberculose, AIDS e gripe.
“É muito importante apoiar essa iniciativa com mecanismos do BRICS”, disse.
Mansukh Mandaviya, ministro da saúde e bem-estar familiar da Índia, disse que o centro será essencial para agilizar e promover a pesquisa de vacinas entre os países do BRICS.
“O Centro de P&D de Vacinas do BRICS é uma iniciativa bem-vinda por cooperar com outros países e compartilhar experiências para benefícios mútuos”, observou ele. “Isso salvará vidas e meios de subsistência e nos impulsionará para a recuperação econômica para os cidadãos dos países do BRICS e do mundo”.