Palestinos caminham entre os escombros de edifícios destruídos após ataques aéreos israelenses na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 25 de outubro de 2023. (Foto: Yasser Qudih/Xinhua)
O número de pessoas deslocadas internamente é agora estimado em mais de 1,4 milhão, incluindo quase 590 mil pessoas abrigadas em locais designados pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla inglesa).
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) anunciou na quarta-feira que a crise humanitária em Gaza atingiu um ponto sem precedentes.
A UNRWA, de longe o maior fornecedor humanitário em Gaza, alertou que a agência será forçada a interromper todas as operações até quarta-feira à noite, a menos que o combustível seja autorizado a entrar em Gaza imediatamente.
Os hospitais estão fechando porque faltam combustível, água, suprimentos médicos e pessoal. O combustível está a ser severamente racionado para um número selecionado de instalações críticas. Os geradores de reserva não foram projetados para a operação contínua e podem quebrar, disse o OCHA.
Quadros da ONU visitaram hospitais na terça-feira. Em um dos hospitais, testemunharam centenas de homens, mulheres e crianças feridos. Muitos deles estavam inconscientes, com feridas abertas – deitados em camas, macas e no chão – com atendimento médico limitado. No pátio havia uma tenda com dezenas de cadáveres, incluindo crianças. Muitos dos mortos são mantidos lá porque os necrotérios estão lotados, afirmou.
Um menino palestino caminha entre os escombros de edifícios destruídos após os ataques aéreos israelenses na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 25 de outubro de 2023. (Foto: Yasser Qudih/Xinhua)
Os estoques de alimentos estão acabando. O Programa Alimentar Mundial estima que os actuais fornecimentos de alimentos essenciais em Gaza são suficientes para cerca de 12 dias. No entanto, nas lojas, o stock disponível deverá durar apenas mais cinco dias, disse o OCHA.
As pessoas recorrem à água de poços, que representa riscos imediatos para a saúde devido à quantidade de sal. Os parceiros de saúde detetaram também casos de varicela, sarna e diarreia devido às más condições de saneamento e ao consumo de água de fontes inseguras, afirmou.
O número de pessoas deslocadas internamente é agora estimado em mais de 1,4 milhão, incluindo quase 590 mil pessoas alojadas em abrigos designados pela UNRWA. Estima-se que mais de 15% dos deslocados tenham deficiências, mas a maioria dos abrigos não estão adequadamente equipados para as suas necessidades, afirmou.
As autoridades locais relataram que mais de 40 por cento de todas as unidades habitacionais na Faixa de Gaza foram destruídas ou danificadas, disse o OCHA.