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Conflito entre Tailândia e Camboja se intensifica com armas pesadas; especialista chinês alerta para nova escalada

Fonte: Diário do Povo Online    25.07.2025 14h19

O conflito entre a Tailândia e o Camboja se intensificou na quinta-feira, com o uso de armas pesadas, como caças e foguetes de artilharia, após incidentes com minas terrestres ao longo da fronteira disputada, de acordo com relatos da mídia. Um especialista em assuntos militares chinês afirmou que os confrontos estavam se intensificando e alertou para uma nova escalada entre os dois vizinhos da China.

Um caça F-16 tailandês bombardeou alvos no Camboja na quinta-feira, disseram ambos os lados. O exército tailandês alegou que um dos seis caças F-16 que a Tailândia se preparou para implantar ao longo da fronteira disputada disparou contra o Camboja e destruiu um alvo militar, enquanto o Ministério da Defesa do Camboja alegou que os jatos lançaram duas bombas em uma estrada, de acordo com uma reportagem da Reuters.

O ataque aéreo ocorreu após o início dos confrontos na manhã de quinta-feira, perto da fronteira leste entre o Camboja e a Tailândia, a cerca de 360 km da capital tailandesa, Bangkok, segundo a Reuters.

Ambos os países se acusaram mutuamente de terem iniciado o confronto na manhã de quinta-feira. A Reuters informou que o exército tailandês alegou que o Camboja mobilizou um drone de vigilância antes de enviar tropas com armamento pesado para uma área próxima ao templo.

Tropas cambojanas abriram fogo e dois soldados tailandeses ficaram feridos, afirmou um porta-voz do exército tailandês, acrescentando que o Camboja utilizou diversas armas, incluindo lançadores de foguetes.

Um porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, no entanto, afirmou que houve uma incursão não provocada por tropas tailandesas e que as forças cambojanas responderam em legítima defesa.

Zhang Junshe, especialista em assuntos militares chineses, disse ao Global Times na quinta-feira que os últimos acontecimentos, com a Tailândia mobilizando caças F-16 e o Camboja mobilizando artilharia de foguetes, indicavam um agravamento da situação na fronteira entre a Tailândia e o Camboja, que corre o risco de uma nova escalada. Do ponto de vista militar, a Tailândia tem vantagem, devido ao seu armamento mais avançado.

Tanto a Tailândia quanto o Camboja são vizinhos amigáveis da China, e essa escalada não beneficia nenhum dos lados, nem toda a região. A melhor saída é uma solução pacífica por meio de negociações, disse Zhang.

Por mais de um século, a Tailândia e o Camboja disputaram a soberania em vários pontos não demarcados ao longo de sua fronteira terrestre de 817 km, o que levou a escaramuças e a pelo menos uma dúzia de mortes, incluindo durante uma troca de tiros de uma semana em 2011.

As tensões foram reacesas em maio, após a morte de um soldado cambojano durante uma breve troca de tiros, que se transformou em uma crise diplomática e agora desencadeou confrontos armados, informou a Reuters.

A Reuters atribuiu a eclosão do conflito mais recente às minas terrestres. De acordo com sua reportagem, a Tailândia acusou esta semana o Camboja de colocar minas terrestres em uma área disputada, ferindo três soldados. Phnom Penh negou a alegação e disse que os soldados se desviaram das rotas acordadas e acionaram uma mina deixada para trás por décadas de guerra.

O Camboja possui várias minas terrestres remanescentes de sua guerra civil de décadas atrás, totalizando milhões, de acordo com grupos de desminagem. Mas a Tailândia afirma que minas terrestres foram colocadas na área da fronteira recentemente, o que o Camboja descreveu como alegações infundadas.

A China tem se empenhado ativamente em ajudar países, incluindo o Camboja, a resolver o problema das minas terrestres, uma medida que, segundo Zhang, demonstra a responsabilidade da China em salvaguardar a paz e a estabilidade na região.

Em 2024, a Universidade de Engenharia do Exército de Libertação Popular da China realizou dois cursos de desminagem para militares do Camboja e do Laos, afirmou Zhang Xiaogang, porta-voz do Ministério da Defesa chinês, na época.

O Camboja e o Laos são os países mais gravemente afetados por minas. As Forças Armadas chinesas atribuem grande importância à cooperação internacional em desminagem.

Nos últimos 20 anos, a China treinou mais de 700 profissionais de desminagem de mais de 20 países e enviou grupos de especialistas ao exterior para realizar treinamentos presenciais diversas vezes.

As Forças Armadas chinesas continuarão a fortalecer a cooperação substancial com as Forças Armadas da região e a contribuir para a ação humanitária internacional contra minas, afirmou Zhang Xiaogang.

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