Aydina Yasen toca Konghou durante uma apresentação em Beijing, capital da China, em 23 de janeiro de 2024. (Foto: Xinhua)
Neste verão, a jovem uigur Aydina Yasen, de 18 anos, ficou radiante ao receber sua carta de admissão para o programa Konghou em um conservatório no nordeste da China, que lhe ofereceu a oportunidade de estudar mais a fundo o antigo instrumento musical chinês que ela ama desde a infância.
Acredita-se que o Konghou, semelhante a uma harpa, tenha sido introduzido no interior da China através do que hoje é a Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China, no auge da antiga Rota da Seda. Este instrumento floresceu durante a dinastia Tang (618-907), aparecendo frequentemente em poesias, murais e apresentações na corte imperial.
Aydina Yasen toca Konghou, em 17 de julho de 2025. (Foto: Su Xin/Xinhua)
Aydina Yasen cresceu no Condado de Qiemo, localizado nas profundezas do Deserto de Taklamakan, o maior deserto da China. Conhecido como a "cidade natal do Konghou", este condado costumava ser uma parada importante ao longo da rota sul da antiga Rota da Seda e desenterrou as relíquias mais antigas conhecidas do instrumento, que datam de 2.700 anos.
Aydina Yasen começou a aprender a tocar Konghou aos 10 anos de idade. "A primeira vez que ouvi seu som, fiquei profundamente encantada", disse ela. "Agora, cada vez que toco, sinto como se estivesse tocando uma alma ancestral."
Houve um tempo em que o Konghou quase desapareceu. No entanto, os esforços para reproduzir o instrumento começaram na década de 1930, e ele retornou aos palcos na década de 1980, de acordo com Liang Pu, instrutor de Konghou em Qiemo.
Em 2016, a primeira base de treinamento de Konghou de interesse público de Xinjiang foi estabelecida em Qiemo, atraindo professores e alunos de música. Até este ano, mais de 200 crianças, carinhosamente conhecidas como "crianças Konghou", foram treinadas no condado. Além disso, atualmente todas as escolas primárias e secundárias contam com clubes de Konghou.
Desde 2019, cinco competições temáticas de Konghou foram realizadas em Qiemo, enquanto uma série de concertos temáticos de Konghou também foram realizados para aumentar a popularidade deste instrumento.
Crianças aprendem a tocar Konghou no Condado de Qiemo, Região Autônoma Uigur de Xinjiang, noroeste da China, em 11 de julho de 2025. (Foto: Gu Yu/Xinhua)
Entre os muitos apaixonados por este instrumento em Qiemo, Aydina Yasen foi a única que conseguiu ser admitida num programa de nível universitário nos últimos anos, garantindo uma vaga no Conservatório de Música de Shenyang, na província de Liaoning.
"Existem apenas alguns conservatórios que oferecem Konghou como especialização, e cada um admite pouquíssimos alunos anualmente", disse Liang. "Seguir esse caminho exige imensa dedicação."
"Espero que minha filha possa transmitir as técnicas tradicionais de Konghou e compartilhar sua cultura com o mundo", disse a mãe de Aydina Yasen, professora de música que apoiou fortemente o sonho da jovem.
"Aprender Konghou nunca foi fácil, mas me levou do deserto para as grandes cidades e me abriu um mundo muito maior", disse Aydina Yasen, acrescentando que espera compartilhar a rica cultura Konghou de sua cidade natal com um público ainda maior.
Crianças aprendem a tocar Konghou no Condado de Qiemo, Região Autônoma Uigur de Xinjiang, noroeste da China, em 11 de julho de 2025. (Foto: Gu Yu/Xinhua)
