BEIJING, 23 de jul (Xinhua) - Especialistas chineses fizeram uma avaliação positiva do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), depois de sua inauguração na terça-feira na metrópole oriental chinesa de Shanghai. O banco tem como objetivo financiar projetos de infraestrutura, principalmente nos países do grupo BRICS.
O diretor executivo do Instituto de Economia Mundial da Academia de Assuntos Internacionais de Shanghai, Zhang Haibing, assinalou que o Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS pode se adaptar melhor à demanda de desenvolvimento das economias emergentes e será complementar com o atual sistema de financiamento, o que promoverá eficazmente a cooperação Sul-Sul.
Se for combinada a cooperação do BRICS com a construção do "Cinturão e da Rota" e com a ajuda do investimento em infraestruturas, o banco promoverá as comunicações e os laços entre os países do BRICS e os países ao longo do "Cinturão e Rota", e facilitará a busca de novos impulsos para o crescimento e a extensão dos lucros a zonas mais amplas, assegurou Ren Lin, analista do Instituto de Políticas e Economia Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
Na opinião do especialista Xu Xiujun, do Instituto de Políticas e Economia Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais, o compartilhamento de cotas iguais entre os cinco membros garantirá um diálogo igualitário e servirá como um modelo para a inovação da governança global.
Através da melhora da infraestrutura, o NBD pode tornar realidade o crescimento sustentável nos países em desenvolvimento e a China pode compartilhar sua experiência, capacidade de produção de infraestruturas e recursos com outros membros, de acordo com o analista do Instituto de Shanghai para Estudos Internacionais, Zha Xiaogang.
Os líderes do BRICS assinaram um acordo para estabelecer o banco durante a 6ª cúpula do BRICS no Brasil, realizada em julho de 2014. O banco começará a operar no fim deste ano ou no início de 2016.
O NBD contará com um capital autorizado inicial de US$ 100 bilhões e um capital assinado inicial de US$ 50 bilhões, compartilhados equitativamente entre os cinco fundadores.
Os cinco países do BRICS representam 42,6% da população mundial, respondem por 21% da economia mundial e possuem quase a metade das reservas de divisas do mundo, mas foram marginalizados no cenário financeiro global. Por exemplo, no Banco Mundial, os cinco países têm no total apenas 13% dos direitos de voto, enquanto apenas os Estados Unidos possuem 15%. Um panorama semelhante se apresenta no Fundo Monetário Internacional.