BEIJING, 10 de ago (Diário do Povo Online) - "De fato, o foco recente sobre a Ásia Oriental reside em se o Primeiro – Ministro japonês, Shinzo Abe, irá realmente refletir sobre as questões históricas", disse ao ‘Diário do Povo’ o vice-diretor do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da Universidade de Tsinghua, Liu Jiangyong.
Ele acrescentou que as informações difundidas pela mídia japonesa refletem a atitude deste país sobre a história e as suas relações com a China.
Geralmente, considera-se impossível que Abe visite a China em breve. Portanto, o Japão não quer que a Coreia do Sul participe nas comemorações dos 70 anos da vitória da China sobre a agressão japonesa para não ser isolado.
Estas intrigas do governo de Abe não mudaram o foco do povo japonês e de outros países do Leste Asiático. O jornal japonês "Asahi Shimbun" escreveu último domingo que Abe entregou, na noite de 7, o manuscrito do discurso sobre o 70º aniversário da guerra, que estava previsto para ser emitido no dia 14 de agosto, para a decisão conjunta dos chefes dos Partidos Liberal Democrático e Novo Komeito.
No discurso, não aparecem palavras como "agressão", "domínio colonial", "sincero pedido de desculpas" e outras palavras-chave usadas no "discurso de Murayama" e no "discurso de Koizumi”.
Antes disso, no manuscrito do documento fornecido pelo órgão consultivo do “discurso de Abe”, podia se ler palavras tais como "agressão" e outras. Mas com este discurso original, Abe queria aparentemente excluir as posições e pontos de vista sobre questões históricas acima mencionadas. Já se tornou público que o Novo Partido Komeito, que está na coligação governamental, pediu claramente a Abe para que usasse "agressão", "desculpa" e outros termos-chave no seu discurso. Nos próximos dias, Abe tem de tomar decisões políticas sobre a questão. Este julgamento político irá afetar diretamente as relações entre o Japão e a China e entre o Japão e a Coreia do Sul.
Comparado com a "compreensão histórica" de Abe, o povo japonês está mais lúcido. A TV japonesa NHK noticiou, segunda-feira, que no discurso proferido na cerimónia comemorativa do 70º aniversário do lançamento da bomba atómica sobre Hiroshima, o prefeito Kazumi Matsui disse no seu discurso "Declaração de Paz" que o projeto da lei da segurança promovido pelo governo de Abe "faz crescer cada dia mais a preocupação pública sobre a agitação do conceito de paz na Constituição japonesa", pedindo ao Congresso que delibere cuidadosamente sobre o projeto de lei de segurança. A "Declaração de Paz" também menciona o rápido desaparecimento da memória de guerra no Japão, apelando a geração mais jovem para herdar o conceito de paz.
A este respeito, quando Abe falou da comemoração do dia ainda insistiu que "o projeto da lei de segurança é indispensável por estar destinado a impedir a guerra". Em todo o discurso, ele apenas falou do sofrimento do Japão como consequência direta das explosões nucleares, mas sem se referir a história das agressões perpetradas pelo Japão em países como a China. (fim)