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Explosões de Tianjin: uma quebra ao centro econômico

Fonte: Diário do Povo Online    14.08.2015 13h49

Beijing, 14 de Agosto (Diário do Povo Online) – As explosões que ocorreram próximo do quarto maior porto do mundo e que mataram pelo menos 50 pessoas e feriram outras centenas poderão ter desferido um golpe à economia regional e amolgar o entusiasmo da liderança chinesa em transformar a área da ocorrência numa frente econômica, disseram especialistas.

Entregas de mercadorias foram afetadas, e serviços logísticos adiados em praticamente toda a parte Norte da China, depois de pelo menos duas explosões terem sacudido um armazém de manuseamento de materiais perigosos na Nova Área de Tianjin Binhai, a 160 quilómetros a sudeste de Beijing.

As explosões da noite de quarta-feira (12) causaram milhões de dólares em danos, traduzidos em carga queimada, edifícios e viaturas transformados em ‘conchas’ carbonizadas, e janelas estilhaçadas, a vários quilómetros de distância.

Wang Xiaolei, um oficial de imprensa na Administração de Segurança Marítima de Tianjin, disse que algumas entregas foram interrompidas, embora o Porto de Tianjin tenha dito, numa declaração anterior, que o terminal portuário estava a operar normalmente.

BHP Billiton, que despacha o minério de ferro através do porto, disse que Beijiang – parte do porto próximo das explosões - cessou as operações. A empresa indicou que embora os equipamentos de descarregamento do minério não tenham sido danificados, o tráfego poderá conhecer restrições por algum tempo já que as instalações aduaneiras de Tianjin foram danificadas.

Oficiais da mídia na Nova Área de Tianjin Binhai furtaram – se de responder, em devido tempo, às perguntas feitas pelo China Daily.

O Porto de Tianjin tem uma capacidade anual de mais de 540 milhões de toneladas métricas de mercadorias como o minério de ferro e óleo para automóveis.

Como acesso marítimo mais conveniente para o Norte e Noroeste da China, o porto de Tianjin opera pelo menos 25 portos secos em 11 áreas provinciais sem litoral para manusear carga e acelerar o desembaraço aduaneiro.

Sun Jiuwen, professor de economia regional na Universidade chinesa de Renmin, disse que algumas entregas para zonas do interior serão adiadas, mas rejeitou especulações de que as explosões teriam impacto nos preços das mercadorias.

A perturbação não vai durar muito, já que os portos circundantes podem se responsabilizar pela parte de mercadorias que não pode ser manuseada em Tianjin.

Tianjin é uma das quatro cidades da China diretamente governadas pelo governo central. Em 2014, o Presidente Xi Jinping propôs o desenvolvimento de Tianjin, Beijing e a província vizinha de Hebei, transformando a zona em esfera económica trilateral da área do Bohai Bay, uma área económica que qualquer dia poderá ombrear com gigantes a volta do Delta do rio Yangtze e do Delta do Rio das Pérolas.

Sun disse que a visão de uma zona econômica trilateral pode ser difícil de implementar se for reduzido o estatuto de Tianjin, na qualidade de centro logístico.

"Mesmo que deixemos de lado as perdas diretas, incluindo baixas, cargas e danos infraestruturais, a tragédia atingirá severamente a economia local, que depende em larga medida das indústrias química, portuária e de logística," afirmou. 

(Editor:Renato Lu,editor)

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