VIRGINIA, 27 de agosto (Diário do Povo Online) - Dois jornalistas de televisão foram baleados mortalmente na manhã da última quarta-feira (27), no Estado norte-americano da Virgínia, em plena entrevista ao vivo.
Autoridades disseram que o suspeito atirador é um repórter com um historial de queixas no local de trabalho, e que tinha processado uma estação no Estado da Flórida alegando discriminação por ele ser de raça negra.
O tiroteio teve lugar por volta das 6h45 do mesmo dia (hora local) na Praça de Bridgewaters, no centro-sul do Estado da Virgínia, cerca de 190 km de Richmond, a capital. Os dois jornalistas estavam filmando uma entrevista para o ‘show’ de noticiários matinais da “WDBJ7”, uma filial da estação de televisão “CBS”.
O repórter Alison Parker, 24 anos de idade, e o cinegrafista, Adam Ward, de 27 anos, morreram no incidente, disse a estação “WDBJ7”. A mulher que estava sendo entrevistada contraiu ferimentos.
Momentos depois do ataque, o suspeito atirou contra si próprio, quando se apercebeu da perseguição policial.
As autoridades apontaram que ainda não tinham determinado as razões do sucedido mas consideram a hipótese de o atirador ter sido movido por questões raciais. Para esta hipótese pesaram as mensagens postadas pelo suposto atirador na mídia social, para além de um fax que a “ABC News” disse ter sido enviado pelo suspeito.
O suposto atirador, de 41 anos de idade, foi identificado como sendo Vester Flanagan, também conhecido como “Bryce Williams” no ar, e era um ex-funcionário da estação “WDBJ7” no Estado da Virgínia, onde os dois jornalistas brancos mortos trabalhavam.
Mensagens postadas no ‘Twitter’ por um homem que disse ser “Bryce Williams”, nome usado por Flanagan na sua vida profissional, acusou uma das vítimas de "comentários racistas" e disse que a denúncia tinha sido apresentada numa agência do governo encarregue de tratar de queixas discriminatórias.
Um dos seus ex-colegas na Flórida lembrou que Flanagan era uma pessoa “estranha”, mas disse que ele nunca tinha mostrado comportamentos que sugerissem crimes tão violentos.
“Ele tinha as suas idiossincrasias, às vezes um pouco estranho”, afirmou Michael Walker, produtor da estação ‘Tallahassee’ na altura em que Flanagan trabalhava como apresentador de fim-de-semana. “Provavelmente ele não era diferente de qualquer outra personalidade no ar”, acrescentou.
Walker, que também é negro, indicou que ele nunca se sentiu discriminado na estação televisiva.