A China reduz os custos de entrada para aqueles que tencionem comprar uma segunda casa, numa tentativa de contrariar a crescente estagnação no mercado de propriedades.
Numa declaração conjunta emitida pelo Ministério de Habitação e Desenvolvimento Rural e Urbano, Ministério das Finanças e Banco Central na segunda-feira, os custos de entrada para os compradores que usem os seus seus fundos de habitação para comprar uma segunda casa foi reduzido de 30% para 20%, no caso dos compradores terem liquidado hipoteca do imóvel anterior.
Na declaração consta também que, as quatro cidades mais caras da China – Pequim, Xangai, Cantão e Shenzhen – podem decidir se adotam esta medida ou não.
Esta política vai dotar os compradores de um segundo imóvel das mesmas condições daqueles que o fazem pela primeira vez, o que irá encorajar mais potenciais compradores a adquirir uma segunda casa. Esta medida surge em simultâneo do corte das taxas de juro de terça-feira, no qual a principal taxa de empréstimos para 5 anos ou mais reduziu para 5.15%. A taxa para créditos à habitação registou também uma queda para os 3.25%, a mais baixa da história.
Os cortes nas taxas de juro seguiram-se da decisão de quinta-feira de relaxar as restrições anteriores a instituições internacionais e a compradores individuais que adquirissem propriedades na China.
“As políticas de habitação atuais serão eventualmente as mais confortáveis dos últimos anos, dado que os lesgisladores estão preocupados com os recentes dados pouco promissores da economia,” disse Yan Yuejin, um analista de Xangai da E-house China R&D Institute. O setor imobiliário e da construção contabilizam cerca de um terço da economia.
O investimento imobiliário na China aumentou cerca de 4.3% nos primeiros 7 meses, de acordo com o Gabinete Nacional de Estatística. Este representava um obstáculo a um PIB que crescia a 7%. Contudo, os analistas acreditam que os investimentos irão reacender depois das melhoras verificadas no segundo trimeste, em sequência, também, do relaxamento das políticas.
Na última pesquisa aos preços das casas, publicada na segunda-feira, abrangendo o preço médio de habitações em 100 cidades (monitorizado pela China Index Academy, uma empresa de consultoria detida pela SouFun Holding), os preços subiram em 0.95% em agosto, um acréscimo de 0.41% face à subida de 0.54% de julho.
O pacote de políticas de estímulo, combinado com os novos projetos de construção oferecidos no mercado, deverá agitar o mercado nos meses de setembro e outubro, de acordo com a China Index Academy.