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China é fonte de dinamismo e não de crises

Fonte: Diário do Povo Online    17.09.2015 10h53

PEQUIM, 16 de setembro (Diário do Povo Online) – Como os mercados globais de ações, de câmbio e de commodities estão atualmente com forte volatilidade nos preços, algumas opiniões públicas internacionais consideram a possibilidade de haver novamente uma crise financeira semelhante a de 2008. Desta vez a fonte da crise seria a China. O reitor da Universidade do Povo (Renmin Daxue em chinês), Chen Yulu, refutou este ponto de vista numa entrevista que concedeu aos repórteres do Diário do Povo. Ele acredita que a China não apenas possui uma fonte de dinamismo confiável para a economia global, como tem mantido a importação em grande escala e um crescimento saudável da sua economia, mas também tem proporcionado uma garantia forte para a estabilidade do mercado financeiro com a taxas de câmbio estáveis e o swap de moedas.

Chen Yulu acredita que em termos de balança comercial, a China não só tem a maior indústria manufatureira do mundo, mas também o maior mercado consumidor do mundo. Portanto, os volumes de importação e exportação continuam elevados. A percentagem do superávit na conta corrente em relação ao PIB da China caiu de um pico de quase 10% para cerca de 2%. Esta queda não só está dentro do nível internacionalmente razoável de 4%, mas também significa que a China fez uma contribuição de 40% para o reequilíbrio do comércio mundial.

No aspeto de investimentos estrangeiros, no contexto da redução da recuperação e liquidez do capital global, e a drástica queda do rendimento esperado do investimento, um novo auge de investimento no exterior apareceu da China, o que tem dado uma enorme contribuição para a estabilidade do ambiente de investimento internacional e o impulso da demanda efetiva dos países que receberam os investimentos. De acordo com as estatísticas da UNCTAD, a classificação do investimento externo direto total da China no ranking mundial subiu de 18o lugar em 2007, para o 3o lugar em 2014.

No que diz respeito ao ajuste estrutural, e aproveitando o reequilíbrio comercial, a valorização da taxa de câmbio e o ajuste dos preços relativos, a China injetou um enorme dinamismo para a reestruturação industrial do mundo. E ao mesmo tempo, o ajuste da estrutura industrial da China será também uma fonte para a futura reestruturação contínua da estrutura industrial ao redor do planeta.

Na contribuição acumulada dos países à taxa de crescimento da economia mundial desde o início da crise em 2008, a China não é apenas uma fonte-chave do crescimento econômico mundial, mas também tem uma contribuição muito maior que a dos Estados Unidos, o segundo classificado. De 2008 até 2014, a taxa total de contribuição da China para o crescimento econômico mundial foi de 42,68%, ou seja, 31,21% superior à contribuição acumulada de 30,78% no mesmo período pelos Estados Unidos, e superior a contribuição de outros países do G20 para o mesmo período. No primeiro semestre deste ano, a economia da China cresceu 7%, e a contribuição do país asiático para o crescimento econômico mundial foi de cerca de 30%. A equipe de previsões macroeconômicas da Universidade do Povo da China acredita que nos próximos anos, a contribuição do país para o crescimento econômico mundial vai se manter em primeiro lugar no longo prazo.

Chen Yulu considera que deve-se partir da perspetiva de um novo desenvolvimento econômico mundial para se entender a nova realidade da economia chinesa. Ele acredita que com uma economia estreitamente ligada ao mercado internacional e sob a situação econômica global fraca, a China não será poupada. Ao mesmo tempo, as profundas contradições internas acumuladas ao longo do tempo emergirão de forma gradativa. Nesta fase de conversão entre o antigo e atual dinamismo da economia chinesa, o país entrou numa nova fase de normalidade, ou seja, do crescimento extensivo para o crescimento intensivo da indústria manufatureira, da conversão do modelo de excessiva dependência do investimento para um novo modelo de impulso pautado na coordenação do consumo e do investimento. Logo, o crescimento econômico é inevitavelmente flutuante. Ao mesmo tempo, a reforma estrutural da China está liberando sucessivamente os bônus criados. No futuro, a economia chinesa continuará a ter suas bases de manutenção de desenvolvimento em patamares médios e elevados. 

(Editor:Juliano Ma,editor)

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