PARIS, 18 de setembro (Diário do Povo Online) - A especialista sobre a economia chinesa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Margit Molnar, disse que está confiante de que o crescimento econômico da China será de cerca de 7% em 2015.
Molnar, chefe da Seção da China do Departamento de Economia da OCDE, disse em uma recente entrevista à imprensa chinesa que a turbulência no mercado acionário chinês ocorrido em junho não reflete as perspectivas econômicas do país.
A especialista acrescentou que todos os dados disponíveis apontam para uma desaceleração ordenada da economia chinesa, o que desmente os rumores de que o crescimento real na China será entre 2 e 3%.
O relatório preliminar sobre as perpectivas econômicas divulgado pela OCDE na quinta-feira apoia os pontos de vista de Molnar.
De acordo com o relatório, o crescimento da economia chinesa vai atingir 6,7% em 2015. O relatório acrescentou que não é esperado que o efeito direto da forte correção dos preços das ações chinesas desde junho seja grave, considerando que as taxas de posse de ações são baixas e que os preços das ações ainda são mais elevados do que há um ano.
Molnar disse que as autoridades chinesas tomaram uma série de medidas de reforma da economia que "são necessárias para aumentar o potencial de produção no médio e longo prazo."
"Eu diria que todas as medidas de reforma são muito importantes. Por exemplo, depois de permitir a entrada do setor privado no negócio bancário, temos visto alguns bancos privados operando desde o início deste ano", disse a economista.
Também é importante que o governo chinês reconheça que a inovação é a única força que pode garantir o crescimento a médio e longo prazo, acrescentou Molnar, observando que a criação de empresas na China nos últimos dois anos tem sido dinâmica.
Os dados do Departamento Nacional de Administração do Comércio e Indústria da China mostram que, durante o primeiro período deste ano, o número de novas empresas na China cresceu 19,4%, chegando a mais de dois milhões. Isto significa que 10.000 novas empresas são criadas todos os dias.
Certamente, a China de hoje precisa se mover cuidadosamente perante uma situação econômica difícil, disse Molnar. Um dos maiores riscos é a alta alavancagem, disse a economista, que observou que a dívida pública é administrável, mas a dívida corporativa é provavelmente muito alta.
De acordo com o relatório da OCDE, a questão-chave para a China é se os setores em expansão podem absorver recursos suficientemente rápido para alcançar os objetivos oficiais de crescimento, bem como facilitar a recuperação necessária do equilíbrio da economia.
O relatório acrescentou que o ajuste estrutural da economia é uma questão não só na China, mas de todos os países do mundo. Todos os países avançados e emergentes precisam de políticas estruturais ambiciosas para incentivar o investimento e reverter o declínio do potencial de crescimento.