SEATTLE, Estados Unidos, 22 de set. (Diário do Povo Online) - O presidente chinês, Xi Jinping, chegou a Seatlle nesta terça-feira de manhã para a sua primeira visita de Estado aos Estados Unidos.
O avião que transportava a delegação chinesa tocou o solo e taxiou no Campo de Paine sob o olhar fixo de uma multidão de pessoas presentes que lhes davam as boas-vindas.
Com um sorriso radiante, Xi e a primeira-dama, Peng Liyuan, saíram para fora do avião e acenaram para as pessoas antes de descer de mãos dadas as escadas da aeronave e serem recebidos por dignitários locais e de alto escalão do governo federal liderados pelo representante do presidente Barack Obama, Jay Inslee, atual governador de Washington.
"Espero que eu e o presidente Obama possamos compartilhar em profundidade nossos pontos de vista e envolver o público norte-americano”, disse Xi Jinping em uma declaração logo após a sua chegada. "Estou confiante de que com esforços conjuntos dos dois lados, a minha visita trará resultados frutíferos e levará as relações China-EUA para um nível ainda mais elevado. "
A ida de Xi aos Estados Unidos é a segunda como chefe de Estado e a sua sétima viagem ao país norte-americano. Em junho de 2013, três meses depois que ele assumiu a presidência da China, ele viajou para a Califórnia e se encontrou de forma bastante informal com Obama, durante o qual eles chegaram a um consenso sobre a construção de um novo modelo de relações entre grandes países.
Durante sua estadia em Seattle, cidade que já recebeu outros líderes chineses como Deng Xiaoping, Jiang Zemin e Hu Jintao e que há 32 anos é cidade-irmã da metrópole chinesa de Chongqing, Xi deverá fazer um importante discurso de caráter político sobre as relações sino-americanas.
Ele também se reunirá com líderes locais, participará de um fórum de governadores dos dois países e também de um simpósio de empresários que reunirá os maiores empresários da China e dos EUA. Além disso, Xi deverá visitar algumas empresas importantes da região e se juntar a professores e alunos em uma série de ativities educativas.
De Seatlle, Xi voará à capital Washington para um encontro com Obama na Casa Branca, onde será homenageado com uma salva de 21 tiros e um jantar de Estado. Ele também irá trocar impressões com os líderes do Congresso.
A reunião de Xi com Obama será a quinta entre os dois chefes de Estado. Obama fez uma visita de Estado à China em novembro, durante o qual eles desfrutaram de um passeio noturno no complexo Zhongnanhai, sede do governo chinês e que está localizada no centro de Pequim. Eles também se encontraram em setembro de 2013 e março de 2014, à margem de duas cúpulas multilaterais.
Como a interação entre o maior país em desenvolvimento e o maior país desenvolvido do mundo – que juntos respondem por um terço da produção global, um quarto da população humana e um quinto do comércio mundial – tem cada vez mais moldado o mundo, as expectativas são altas em relação a visita de Estado de Xi aos EUA. Muitos chegam até a comparar esta visita de Xi à histórica ida de Deng Xiaoping aos Estados Unidos em 1979.
Desde que a viagem foi anunciada em fevereiro, a Conselheira de Segurança dos EUA, Susan Rice, e o enviado presidencial chinês, Meng Jianzhu, além de uma série de outros altos funcionários cruzaram o Pacífico para preencher as lacunas existentes e pavimentar o caminho que os dois países percorrerão. Em junho, os dois governos realizaram sua última rodada de negociações de alto nível chegando a mais de 300 resultados concretos.
Em uma entrevista recente sobre a visita de Estado, o chanceler chinês, Wang Yi, disse que a viagem vai lograr resultados positivos uma vez que os dois países estão prestes a chegar a um consenso em muitas áreas, incluindo comércio, energia, finanças e defesa, além de estabelecer as bases para acordos futuros.
"O resultado mais importante será uma infusão de novos estabilizadores e a criação de um ambiente mais favorável para os assuntos estratégicas", disse Yang Xiyu, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Internacionais da China (CIIS, em ingl
es), um think-tank com sede em Pequim, citando a atual situação "sutil e complexa" entre China e EUA.
Yang Xiyu também afimou que temas como as disputas entre a China e os EUA sobre questões relacionadas ao Mar do Sul da China, segurança cibernética e outros temas que tem alimentado as preocupações sobre a chamada ‘armadilha de Tucídides’ experimentarão um ponto de virada para melhor com o encontro de líderes dos dois países.
O último destino do presidente chinês nos Estados Unidos será Nova York, local onde visitará pela primeira vez a sede da ONU. Xi participará e presidirá uma série de cúpulas e conferências sobre diversos temas como alterações climáticas, temas relacionadas às mulheres, cooperação Sul-Sul, além de se reunir com uma série de líderes de nações.
Após o 70º aniversário da fundação da ONU, Xi é esperado para expor os pontos de vista da China sobre a ordem internacional, desenvolvimento e governança global, entre outros temas de relevância. Também se espera que Xi anuncie as principais medidas vindas de Pequim para salvaguardar da paz mundial, promover o desenvolvimento comum e apoiar a ONU e o multilateralismo.
A viagem toda de Xi aos EUA "aborda duas questões fundamentais. A primeira é que tipo de relações China-EUA a China quer construir. ... A segunda é que tipo de ordem internacional a China espera construir", disse Ruan Zongze, vice-diretor do CIIS .
Por meio desta visita, a China vai dizer ao mundo que está empenhada em colocar as relações China-EUA em um patamar mais saudável e estável e que é uma edificadora e guardiã do sistema internacional, acrescentou. "Essas mensagens são importantes."