WASHIGTON, 1 de dezembro (Diário do Povo Online) - O conselho executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou ontem (30) a inclusão da moeda chinesa, o Renminbi (RMB), no cabaz de direitos de saque especiais (DSE) como moeda de reserva internacional.
O conselho executivo do FMI, que representou os 188 países membros do fundo, decidiu que o RMB “corresponde a todos os critérios existentes, ” disse o FMI numa declaração feita depois da revisão quinquenal regular do cabaz dos DSE.
Efetiva a partir de 1º de outubro de 2016, o RMB será incluído no cabaz dos DSE como 5ª divisa, juntamente com o dólar americano, euro, iene japonês e libra britânica, disse.
Christine Lagarde, diretora administrativa do FMI, afirmou que a decisão do conselho executivo é “uma marca histórica na integração da economia chinesa no sistema financeiro global.”
“Isto representa também um reconhecimento do progresso feito pelas autoridades chinesas nos últimos anos na reforma do seu sistema monetário e financeiro”, disse Lagarde.
“A continuação e aprofundamento desses esforços vão acarretar um sistema monetário e financeiro internacional mais robusto, que apoiará o crescimento e a estabilidade da China e da economia global,” acrescentou.
O RMB terá uma ponderação de 10,92% no novo cabaz do DSE, enquanto as ponderações de outras moedas no cabaz são respectivamente 41.73% para o dólar americano, 30,93% para o euro, 8,33% para o iene japonês e 8.09% para a libra britânica, de acordo com o FMI.
Os DSE são um ativo de reserva internacional criado pelo FMI em 1969 para completar as reservas oficiais dos seus países membros. Ele pode ser trocado entre os governos para moedas livremente usáveis em momentos de necessidade.
O FMI avalia as moedas no cabaz dos DSE em cada cinco anos, e a adição do RMB para o cabaz é um tema importante para a avaliação deste ano.
Para corresponder aos critérios do FMI, as autoridades chinesas realizaram uma série de reformas nos recentes meses, tais como o aperfeiçoamento do seu sistema de formação de taxa de câmbio, abertura dos vínculos interbancários e dos mercados de câmbio, e a melhoria da transparência de dados através da subscrição no Padrão Especial de Disseminação de Dados (SDDS em inglês) do FMI.
Ao passar a ser uma das moedas de reserva globais, os bancos irão ser impulsionados a aumentar as suas detenções de yuan em carteira. Os setores privados também serão incentivados a comprar gradualmente mais ativos em yuans.
No entanto, o status de moeda de reserva mundial não vai tornar o yuan automaticamente na principal moeda de reserva global.
“Por isso, é muito importante manter a China no caminho da reforma. É difícil que tudo que se faça seja acompanhado de perto pelo mercado. Mas geralmente, a China não pode voltar atrás. A inclusão vai reforçar essa tendência,” disse Eswar Prasad, ex-diretor da Divisão da China do FMI.
Num artigo publicado na semana passada pelo Diário do Povo, o presidente do banco central da China Zhou Xiaochuan comprometeu-se a tornar o RMB totalmente convertível e livremente utilizável dentro de cinco anos.
Até então, Zhou espera que mais de um terço do comércio internacional mundial seja realizado em RMB.
Edição: Chen Ying
Revisão: Mauro Marques