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China está preparada para os riscos envolvendo a inclusão do Yuan na cesta de moedas

Fonte: Diário do Povo Online    02.12.2015 11h28

A China está preparada para lidar com possíveis riscos decorrentes da inclusão do yuan na cesta de moedas de reserva do Fundo Monetário Internacional (FMI), informou um funcionário do alto-escalão do governo.

O Comitê Executivo do FMI anunciou nesta segunda (30) a inclusão da moeda chinesa na cesta.

O yuan terá a terceira maior participação nos Direitos Especiais de Saque (SDR, em inglês), nome oficial da cesta de moedas, com 10,92%, atrás apenas do dólar e do euro. O FMI justificou a decisão de incluir a moeda chinesa nos SDR alegando que o yuan é uma moeda “livremente utilizável”.

Para alguns economistas, a decisão poderá gerar volatilidade no fluxo de capital transfronteiriço e maior flutuação da taxa de câmbio, estimulando a China a acelerar a sua abertura financeira.

“Nós estamos prontos para a inclusão”, disse Yi Gang, vice-presidente do Banco Popular da China, o banco central do país, durante uma coletiva de imprensa.

A China vai continuar a reforma do seu sistema cambial visando a construção de um regime orientado para o mercado e sem a intervenção do governo, ou seja, um regime de flutuação limpa. Entretanto, é necessário um período de transição para tal, disse Yi.

“Nós temos a capacidade de manter a taxa de cambio do yuan estável e em um nível razoável”, disse o vice-presidente do banco, que também se comprometeu a evitar uma fuga inesperada de capitais, o que poderia causar uma crise financeira sistêmica.

A decisão do FMI entrará em vigor a partir de primeiro de outubro do próximo ano, permitindo assim a continuidade do bom funcionamento das operações dos SDR e dando tempo suficiente para que os ajustes necessários sejam feitos, informou o FMI.

Neste ano, o banco central chinês tomou a decisão de realizar uma série de reformas. No novo regime, o mercado desempenha um papel mais importante na definição do valor da moeda do país, os bancos centrais estrangeiros e organizações financeiras internacionais receberam permissão para acessar o mercado cambial interbancário chinês e a faixa diária de flutuação do yuan sofreu alterações.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, disse na segunda-feira em Washington que "a continuação e o aprofundamento desses esforços contribuirão para um sistema monetário e financeiro internacional mais robusto, que por sua vez dará suporte ao crescimento e à estabilidade da China e da economia global."

Uma pesquisa feita pela JP Morgan mostra que até o final deste ano, com um possível aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve dos Estados Unidos e a possibilidade de o Banco Central Europeu flexibilizar sua política monetária em dezembro, o yuan poderá ser desvalorizado ligeiramente para 6,4 em relação ao dólar.

Edição: Rafael Lima 

(Editor:Renato Lu,editor)

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