SEUL, 29 de dezembro (Diário do Povo Online) – Coreia do Sul e Japão chegaram ontem a um acordo final e irreversível sobre as chamadas mulheres de conforto, um eufemismo para as mulheres coreanas forçadas a servir como escravas sexuais aos soldados japoneses durante a II Guerra Mundial. Entretanto, apesar do acordo, algumas pessoas se queixam que Seul falhou em pedir que Tóquio assuma a responsabilidade legal pelos crimes de guerra.
O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Yun Byung-se, e o seu homólogo japonês, Fumio Kishida, se encontraram em Seul na segunda-feira para discutir sobre a questão das mulheres de conforto. A conversa durou cerca de 70 minutos.
Em uma coletiva de imprensa ao final da negociação, Kishida disse aos repórteres que o governo japonês reconhece a sua responsabilidade na questão e que o primeiro ministro japonês, Abe Shinzo, pede desculpas sinceras às mulheres vitimadas.
Segundo o acordo, o governo japonês vai oferecer um bilhão de ienes (US$8,12 milhões) para um fundo especial estabelecido pelo governo sul-coreano com vistas a amparar as mulheres forçadas a servirem de mulheres de conforto.
No entanto, o acordo não inclui a “responsabilidade legal” que as vítimas pediam que o governo de Abe assumisse.
Se o Japão realmente fizer o que prometeu, a Coreia do Sul vai confirmar que a questão terá sido resolvida em definitivo, permitindo aos dois governos recuperar a confiança e curar as feridas psicológicas das mulheres de conforto, afirmou o ministro sul-coreano.
Quanto à retirada da estátua que está em frente à embaixada do Japão em Seul e que simboliza as mulheres de conforto, o governo sul-coreano prometeu negociar com grupos civis para uma solução adequada, informou a agência Yonhap.
A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, recebeu ontem Fumio Kishida no palácio presidencial, dizendo esperar que o Japão cumpra com o acordo o mais breve possível, permitindo assim que as relações entre os dois países deem início a uma nova história.
Edição: Renato Lu
Revisão: Rafael Lima