Taipei, 30 dez (Xinhua) -- Taiwan urgiu o Japão que se desculpe e indenize às mulheres taiwanesas que foram obrigadas à escravidão sexual durante a Segunda Guerra Mundial, depois do acordo na segunda-feira entre o Japão e a Coreia do Sul sobre o assunto.
O líder de Taiwan, Ma Ying-jeou, disse à mídia que as autoridades taiwanesas sempre exigiram uma desculpa do governo japonês pelas "mulheres de conforto" em Taiwan, assim como uma indenização.
Deve se fazer justiça e a dignidade destas mulheres deve ser respeitada, afirmou Ma.
A Coreia do Sul e o Japão atingiram na segunda-feira um acordo sobre a escravidão sexual a que foram submetidas pelo Japão as mulheres sul-coreanas durante a Segunda Guerra Mundial. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, expressou uma desculpa oficial pelas atrocidades. O Japão também prometeu oferecer 1 bilhão de ienes (US$ 8,3 milhões) do Tesouro de seu governo para ajudar o governo sul-coreano a estabelecer uma fundação de apoio a estas mulheres.
David Lin, funcionário da ilha chinesa encarregado de assuntos exteriores, disse em outra entrevista coletiva que Taiwan continuará negociando com o Japão para proteger os direitos e interesses das vítimas.
Eric Chu, presidente do partido no poder da ilha, o Kuomintang (KMT), expressou seu pesar porque o Japão não ofereceu o mesmo trato às vítimas taiwanesas da escravidão sexual durante a Segunda Guerra Mundial.
O Japão não deve tratar Taiwan de maneira diferente sobre este assunto e deve oferecer aos taiwaneses uma explicação satisfatória, afirmou.
Cerca de 2 mil mulheres taiwanesas foram obrigadas a tornar-se escravas sexuais durante a Segunda Guerra Mundial, de acordo com a Fundação de Resgate de Mulheres de Taipei. A fundação identificou 58 delas, mas agora só quatro continuam vivas.
Um grupo de "mulheres de conforto" taiwanesas apresentou uma demanda em Tóquio contra o governo japonês em 1998, mas perderam o caso em 2005.