A China planeia reduzir as barreiras de carreira para talentos estrangeiros de qualidade, elegíveis para trabalhar em instituições de pesquisa e universidades. Espera-se que este plano crie mais oportunidades, como projetos de investigação, para estrangeiros qualificados.

O diretor da Administração Estatal de Assuntos de Especialistas Estrangeiros, Zhang Jianguo, disse que a China irá reforçar a sua atratividade no seio do público estrangeiro qualificado durante os próximos cinco anos.

“Vamos encorajar o estabelecimento de um mecanismo de recrutamento juntamente com instituições de pesquisa e universidades que demonstrem interesse em contratar talentos no mundo inteiro,” disse Zhang. “Vamos ainda elaborar um regulamento para orientar os especialistas estrangeiros a participarem nos programas nacionais de ciência e tecnologia, bem como permitir que liderem importantes projetos de investigação. ”

Gao Xiang, porta-voz da administração, afirmou que existem barreiras em três vertentes – limitação criada pela burocracia, falta de transparência na política atual, e a barreira linguística.

“No passado, alguns empregos na China só podiam ser desempenhados por chineses dentro do seu próprio sistema, sendo que alguns projetos de investigação não eram abertos a estrangeiros”, disse Gao. “ Há algumas mudanças em certos institutos de pesquisa e universidades, mas isso não é ainda a política oficial da China – muitos estrangeiros conhecem também pouco sobre as mudanças.”

Gao assinalou que outra área sensível é a língua.

“Na China, mesmo que seja possível aos estrangeiros solicitar bolsas de investigação, a candidatura tem que ser entregue em chinês, o que representa um desafio” referiu Gao.

Ralf Altmeyer, um virologista e diretor executivo do Instituto Helmoholtz de Biotecnologia da Universidade de Shandong, concorda com as palavras de Gao. Exigir o mandarim como língua de trabalho cria desafios aos estrangeiros, disse Altmeyer, sugerindo que o formulário seja feito em inglês.

Wang Huiyao, presidente do Center for China and Globalization, uma instituição de pesquisa em Beijing, acrescentou que outras barreiras devem ser retiradas para manter os talentos estrangeiros no país. 

Edição:Renato Lu

Revisão:Mauro Marques