Beijing, 21 jan (Xinhua) -- A população migrante da China, pessoas que deixam sua terra natal procurando emprego ou educação em outro lugar, diminuiu pela primeira vez em aproximadamente 30 anos em 2015, uma mudança que espanta demógrafos e economistas.

A população migrante do país caiu 5,68 milhões para 247 milhões de pessoas no fim do ano passado, de acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).

"O declínio significa um crescimento negativo de trabalhadores migrantes, um grupo que responde pela maioria da população migrante", disse Li Xunlei, economista-chefe da Haiong Securities.

O crescimento negativo veio um ano mais cedo que o esperado. O crescimento no número de trabalhadores migrantes entrando na cidade caiu 2 milhões por ano desde o pico anual de 12 milhões em 2010, disse Li.

A população em idade ativa da China, definida entre 16 a 60, caiu por um número recorde de 4,87 milhões para 911 milhões em 2015, o quarto ano consecutivo de declínio, mostraram os dados do DNE.

Sendo a mão-de-obra, capital e tecnologia essenciais para o crescimento econômico, Li prevê que a queda da população migrante junto com a diminuição da força de trabalho desacelere o crescimento econômico.

Uma força de trabalho abundante e barata contribuia para a China atrair investimento e impulsionar exportações. Mas um mercado de mão-de-obra decrescente resultou no aumento dos custos de trabalho, iniciando a fuga de investimento.

O consumo, outra força motriz para o crescimento econômico, também foi puxado pela diminuição da população em idade ativa, disse Li, sendo os trabalhadores, especialmente aqueles entre 25 e 45 anos de idade, o principal corpo de consumidores em bens de imóveis ou de automóveis.