Foi ontem dado o início da visita de dois dias à China do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pouco tempo depois da visita do seu adjunto, Antony Blinken, no dia 20.
Segundo a Rádio Nacional da China, este será o último ponto de paragem da primeira visita do ano de Kerry à Ásia, que se estende já desde o passado dia 24. O Laos e o Camboja terão sido os destinos anteriores.
Segundo a porta-voz da chancelaria chinesa, Hua Chunying, a China espera que a visita de Kerry contribua para que os dois países aprofundem a comunicação relativa a uma série de assuntos de grande importância. A questão nuclear da península coreana será, porventura, um desses assuntos.
Após o procedimento do quarto teste nuclear anunciado pela República Popular Democrática da Coreia (RPDC), no dia 6 de janeiro, a Casa dos Representantes dos EUA aprovou uma lei-projeto para reforçar as sanções contra Pyongyang.
No ponto de vista de Teng Jianqun, diretor do Instituto dos EUA da Academia Chinesa de Estudos Internacionais, a principal tarefa de Kerry na China será discutir com as entidades relevantes chinesas a questão nuclear coreana. “Os EUA já entraram em contacto com a Coreia do Sul e o Japão. Estão agora em contactos com a China para discutir com o país as medidas a tomar face ao teste da bomba H.”, disse Teng.
Antes da visita de Kerry, a imprensa americana dirigiu várias críticas à postura chinesa face ao teste nuclear. Em resposta, Hua Chunying apelidou essas acusações de serem infundadas e não construtivas.
Na qualidade de país vizinho, a China tem feito grandes esforços para levar a cabo a desnuclearização da península, terá afirmado Hua, frisando que a manutenção da paz e da estabilidade não são um compromisso apenas da China, mas de todas as partes envolvidas, pelo que é necessária a união na busca de um objetivo comum a todos. “Uma das causas da paralisação das negociações de seis partes é que alguns países não o fizeram” assinalou Hua,
Para Teng Jianqun, a visita de Kerry tem efeitos positivos no reforço da confiança mútua e estratégica entre Beijing e Washington. Concomitantemente, evita possíveis mal entendidos e disputas, sobretudo no que às mudanças da situação na região Ásia-Pacífico e à campanha eleitoral dos Estados Unidos diz respeito.
Edição: Renato Lu
Revisão: Mauro Marques