Durante a manhã de 1 de fevereiro, o Frank, acompanhado do “mestre” Li Yun, partiu para duas entregas. Devido ao seu desconhecimento do bairro onde fez as entregas, a empresa apenas preparou serviços nas imediações. Devido a não ter também aptidão para conduzir o típico triciclo motorizado dos estafetas chineses, a empresa destacou o já referido colaborador, Li Yun, para o ajudar.
Ao ver o número da porta do destinatário, o mestre Li dá as indicações para fazer a entrega. “Porque é que o prédio 14 se chama 12B?”, pergunta o Frank. “Talvez porque os chineses pensem que o número 4 não seja muito auspicioso”, explicou pacientemente Li.
Após um dia de trabalho, Frank reconhece que, para ser capaz de fazer as entregas sozinho necessitaria de recorrer constantemente ao GPS, de perguntar à empresa as informações específicas dos números das portas, resultando numa enorme perda de tempo. “Encontrar as ruas é a maior dificuldade”.
“Os prédios chineses têm muitos andares, muitas “unidades”, muitos números de porta, é difícil de memorizar”. No Reino Unido, é mais fácil porque todas as habitações têm um número. Basta consultar este número que o processo de localização se torna muito mais simples, explicou.
“Feliz ano novo. Aqui está a sua encomenda”. Estas são as palavras proferidas por Frank após tocar à campainha do destinatário. Esta era a sua última encomenda. A cliente, ao ver o estafeta “exótico” ficou algo apreensiva. Porém, ao ouvir o seu nome claramente proferido, prontamente abriu a porta e se disponibilizou a assinar o comprovativo de receção.
“No final de contas acho que correu bem. Muitas pessoas, ao verem-me, ficaram surpreendidas, mas rapidamente me trataram com simpatia. Outros, porém, não conseguem aceitar a ideia de haver um estrangeiro a trabalhar nesta área”, comentou o Frank. No Reino Unido há muitos estrangeiros, por isso é perfeitamente aceitável encontrar pessoas provenientes de outros países a trabalharem como estafetas.
Edição: Mauro Marques