O sexo feminino tornou-se no motor de crescimento do setor de compras online-para-offline na China, apesar da sua posição nas estatísticas do número de utilizadores de internet no país.

De acordo com um relatório do website de comércio eletrónico de compras em grupo Baidu Nuomi, as mulheres perfazem 46% da população que usa a internet na China, porém, são responsáveis por 62% das margens de lucro dos negócios online-para-offline (O2O em inglês).

O Baidu Nuomi refere que o sexo feminino é responsável por um quinto das vendas diárias O2O – um mercado em franco crescimento que permite aos consumidores obter online produtos ou serviços que tradicionalmente são adquiridos em lojas físicas, tais como a compra de bilhetes de cinema ou reserva de restaurantes.

Tang Lihua, um diretor da Baidu Nuomi, menciona que a atração e retenção de mulheres para a indústria tornara-se crítica para qualquer plataforma O2O.

“Nós planeamos providenciar mais produtos para bebés e mais opções na área da cosmética e da beleza, pois achamos que é um dos setores em que as mulheres são particularmente interventivas”, disse.

O estudo revela que desde o início de 2015, os gastos de mulheres em negócios O2O superou em larga escala os dos homens, sendo que a diferença continua a aumentar, particularmente durante eventos especiais como o “Qixi”, o dia dos namorados chinês.

Assim como no setor da beleza, as mulheres superam também os homens em outras áreas lucrativas, como por exemplo nos ginásios, lazer e hotéis, refere o relatório.

Gao Shuang, um analista da China Internet Network Information Center, disse que a razão principal é simples: As mulheres são mais decisivas no que diz respeito a compras.

“Elas não estão apenas a comprar para si próprias, mas também para os seus pais, maridos e filhos”, disse, acrescentando que a sua “mesquinhez” na hora de escolha dos produtos, tem contribuído também para o melhoramento de serviços e inovações dos produtos.

De acordo com as estatísticas do centro, o número de mulheres a fazer compras online aumentou para 180 milhões no final de 2015, mais do dobro de 2010. O tempo despendido online perfaz uma média de 4,17 horas diárias, em contraste com 3,74 horas da média nacional.

Restaurantes, custos com viagens e idas ao cinema situam-se no top das vendas O2O para as mulheres.

Zhou Shu, uma executiva da Yuxiang Renjia, uma cadeia de restaurantes especializada em pratos de Sichuan, disse não ser novidade que as mulheres têm a palavra final na hora de decidir o que comer.

“As mulheres são também mais recetivas a experimentar novos serviços e produtos” disse.

“Mais importante que isso, porém, é que as mulheres gostam de comunicar e de trocar impressões após comerem num novo restaurante, o que as torna mais influentes no mercado O2O”.

Edição: Mauro Marques