A agência de classificação de risco Moody’s publicou recentemente um relatório no qual reclassificou a dívida pública da China de “estável” para “negativa”, citando as incertezas sobre a capacidade das autoridades de implementar as reformas, a alta da dívida pública e a queda das reservas de divisas.
Muitos especialistas chineses receiam que as conclusões da agência não estejam corretas, dizendo que o seu relatório sobre a economia chinesa não é abrangente. A China não alterou a tendência positiva da economia no longo prazo e obteve avanços notáveis na sua reestruturação econômica. Os especialistas também lembraram que o setor de serviços representa metade do PIB chinês e o que o consumo continua impulsionando e economia.
Parece óbvio que o relatório da Moody’s falha em analisar a prudência do desenvolvimento fiscal da China.
No seu relatório de trabalho do governo deste ano, o primeiro-ministro Li Keqiang disse que a China vai continuar aplicando uma política fiscal proativa e uma política monetária prudente. A taxa de aumento do déficit deste ano subirá para 3%, proporcionando maior espaço para a redução dos impostos, especialmente o imposto sobre o setor produtivo, melhorando ainda mais a competitividade internacional do setor manufatureiro da China.
De acordo com os dados da Administração Nacional de Estatísticas da China, até o final de 2015 as reservas de divisas estrangeiras representavam 32% do PIB chinês. De acordo com o relatório de trabalho do governo, o déficit fiscal em 2015 foi de 2,4% do PIB. Os números mostram que a solvência da China é melhor do que de muitas economias ocidentais.
Na qualidade de segunda maior economia no mundo, a China obteve avanços econômicos notáveis nas últimas três décadas. “Somente depois de superar esse desafio a economia chinesa poderá ressurgir das cinzas para a glória,” disse Li Keqiang no relatório de trabalho enquanto transmitia ao mundo um sinal firme de que o governo chinês tem a confiança e a determinação de promover a transformação do modelo econômico e manter o crescimento da economia em um patamar médio/alto.
Atualmente, a China encara grandes dificuldades e desafios, no entanto, os pontos de vista extremamente pessimistas sobre a economia do país carecem de fundamentos.
Moody’s, Fitch e S&P têm uma influência significativa nos mercados mundiais, porém, nos últimos anos têm recebido críticas devido à falta de transparência e à imparcialidade nos critérios de avaliação. A União Europeia criticou publicamente essas agências pelos “problemas” no processo de classificação das dívidas soberanas.
Para os economistas chineses, o “rebaixamento” da China não vai ter grandes consequências, primeiro porque as pessoas já têm uma expectativa psicológica em relação à economia chinesa, e segundo porque a desaceleração da economia chinesa já foi amplamente divulgada pela mídia, não se constituindo em nenhum fato novo.
Edição: Renato Lu
Revisão: Rafael Lima