Por Li Xiao/Diário do Povo
O desenvolvimento da energia nuclear na China pode ser traçado desde o estabelecimento da Nova China e da subsequente fundação do Instituto de Física Moderna da Academia Chinesa de Ciências. Graças aos esforços intensos de várias gerações de cientistas ao longo de um percurso de 60 anos, o setor da energia nuclear da China conseguiu alcançar vários feitos notáveis.
Fan Jishe, especialista dos Estudos Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, prestou declarações ao Diário do Povo relativamente à questão da indústria da energia nuclear. Até ao momento, a China é o país no mundo com mais centrais nucleares em construção. A localização destas está fundamentalmente situada em áreas costeiras, de norte a sul do país, abrangendo as províncias de Liaoning, Shandong, Jiangsu, Zhejiang, Fujian, Guangdong, Guangxi e Hainan.
No que diz respeito ao número total de centrais nucleares, a China ocupa também o lugar cimeiro. Esta posição de destaque dá-se também no campo da segurança. Desde que optara pela via da energia nuclear até à atualidade, a segurança sempre foi uma prioridade absoluta em todos os passos tomados pelo país.
No ano de 2013, após se dar a crise nuclear na central de Fukushima, no Japão, o Conselho de Estado da China organizou uma reunião executiva da qual resultou a decisão de promover inspeções de segurança em todas as centrais nucleares do país.
Após 9 meses de examinações intensivas, as autoridades chinesas anunciaram um relatório conjunto relativo aos resultados das inspeções. O documento comprovou que todas as infraestruturas operavam de acordo com os parâmetros de segurança expectáveis. O mesmo se aplicava aos padrões das centrais em construção.
Entretanto, o Gabinete de Informações do Conselho de Estado lançou o primeiro “livro branco” relativo aos procedimentos em caso de crise nuclear.
O diretor do departamento de emergência nuclear da Administração Nacional para a Ciência, Tecnologia, e Indústria para a Defesa, Yao Bing, afirmou que, nos últimos 30 anos a China nunca registou qualquer incidente acima do nível dois na escala de segurança nuclear. No futuro, a China, como potência no uso da energia nuclear, compromete-se a garantir duas obrigações para com a sociedade: Continuar a promover a responsabilidade de usar a energia nuclear para fins pacíficos e manter o histórico de segurança nuclear limpo.
A base do desenvolvimento nuclear é a aposta em energias limpas e o combate ao problema das alterações climáticas. Fan Jishe afirmou que a China se encontra a mover diligências no sentido de expandir a tecnologia da energia nuclear, ajudando os restantes países a aceder a uma energia segura e limpa.
Neil Renwick, professor e analista de segurança energética da Universidade Coventry, do Reino Unido, corroborou que a China tem conseguido avanços notáveis no setor da energia nuclear.
Muitas empresas chinesas que se internacionalizam, propagam pelo mundo as várias técnicas de segurança alcançadas pelo país. Por exemplo, a China Guangdong Nuclear Power Group, juntamente com a Électricité de France colaboraram no investimento da central nuclear de Hinkley Point, no Reino Unido. O total do investimento atinge os 18 biliões de libras esterlinas. Esta parceria sino-francesa já obteve aprovação da UE.
A referida empresa chinesa encontra-se também a preparar um acordo de cooperação na Roménia para a abertura dos reatores nº3 e nº4 da central de Cernavodă.
Com o apadrinhamento do governo para a internacionalização, as empresas de energia nuclear chinesas já se lançaram rumo à Argentina, Arménia, Egito, Irão, Cazaquistão, Quénia, Turquia, Reino Unido, Paquistão, África do Sul, entre outros países, para desenvolver projetos nesta área. A China não apenas providencia estes países com as tecnologias e componentes necessários para explorar esta vertente energética, como também fornece apoio ao nível de recursos humanos, capital, padrões de segurança, entre outros.
A segurança nuclear é uma componente vital do desenvolvimento sustentável deste tipo de energia. Enquanto promove esforços no sentido de apurar cada vez mais a capacidade de garantir a segurança nuclear dentro do seu território, a China esforça-se por partilhar os seus progressos com o mundo, garantindo o seu contributo numa área de interesse comum.
Edição: Mauro Marques