Beijing, 19 mai (Xinhua) -- A China e o Afeganistão emitiram uma declaração conjunta na quarta-feira, em Beijing, em que os dois lados reafirmaram o apoio mútuo em áreas de interesses comuns.
A declaração conjunta foi emitida em meio à visita oficial do chefe do Executivo afegão Abdullah Abdullah, de 15 a 18 de maio, a convite do premiê chinês Li Keqiang.
O lado afegão reafirmou seu compromisso com a política de uma só China e firme apoio à posição chinesa nos assuntos relacionados a Taiwan, Tibet, e Xinjiang, e declarou que o Afeganistão não permitirá que seu território seja usado por qualquer força, seja qual for a atividade separatista, contra a China.
O lado chinês expressou sua apreciação pelo apoio do Afeganistão em assuntos relativos aos interesses essenciais da China e declarou que respeitará e apoiará a luta nacional do povo afegão pela paz, estabilidade e prosperidade econômica, e sua escolha de via de desenvolvimento de acordo com suas condições nacionais.
O lado chinês informou sobre os últimos acontecimentos no Mar do Sul da China e a posição da China. Os dois lados pedem aos países envolvidos que solucionem as disputas territoriais e marítimas e as diferenças por consultas e negociações amistosas conforme acordos bilaterais e a Declaração sobre Conduta de Partes no Mar do Sul da China (DOC). Ambos os lados enfatizaram que o direito de solucionar disputas por meios próprios escolhidos pelos estados soberanos e estados membros da UNCLOS deve ser respeitado, disse a declaração conjunta.
O lado chinês apoia firmemente o governo de unidade nacional afegão em sua administração e realização da transformação política, econômica e de segurança no Afeganistão. O lado chinês apoia firmemente o processo de paz e reconciliação inclusivo e de ampla base, que seja "liderado e possuído pelos afegãos", e espera ver em breve a realização da paz, estabilidade e desenvolvimento duradouros no Afeganistão, para a qual a China prestará todas as possíveis ajudas e apoios tanto morais como práticos.
Segundo a declaração conjunta, em 2016, o governo chinês fornecerá 500 milhões de yuans em ajuda grátis ao governo afegão para projetos mutuamente acordados. A China implementará o projeto de construção principal e auditório da Universidade de Cabul e fornecerá ao Afeganistão aproximadamente 50 milhões de yuans em ajuda humanitária não emergencial. A China também apoiará o Afeganistão no desenvolvimento da capacidade e continuará a fornecer programas de treinamento para profissionais afegãos em diversas áreas de acordo com as necessidades do país.
Os dois lados concordaram em expandir e aprofundar a cooperação bilateral em comércio e investimento. O lado chinês incentivará e apoiará empresas chinesas competentes a investir no Afeganistão e executar projetos de informação e comunicação, entre outras infraestruturas. O lado afegão fornecerá facilitação necessária para que empresas chinesas invistam no Afeganistão e assegurará a segurança dos projetos e pessoal relevantes conforme leis e regulamentos do Afeganistão.
A China continuará a apoiar fortemente os esforços do Afeganistão na cooperação e integração regionais de acordo com sua posição como uma ponte e curso naturais no coração da região da Ásia. A China saúda a ativa participação do Afeganistão na iniciativa Cinturão Econômico da Rota da Seda, proposta pela China.
Os dois lados concordaram em fortalecer a conectividade de informações e comunicações, além de fortalecer intercâmbios e cooperação em áreas culturais e educacionais.
Os dois lados concordaram em fortalecer intercâmbios e cooperação no campo de segurança. O lado afegão reafirmou seu forte apoio à China para combater o "Movimento Islâmico do Turquistão Oriental" e desmantelar os grupos que apoiam suas atividades, prometendo tomar medidas concretas para assegurar a segurança das instituições e indivíduos chineses no Afeganistão.
O lado chinês apoia a Organização de Cooperação de Shanghai (OCS) em desempenhar um papel positivo na paz e desenvolvimento do Afeganistão. O Afeganistão expressou sua esperança de se tornar um membro formal da organização e participar do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura o mais breve possível, o que a China aprecia e saúda.