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Instituto Internacional de Macau como instrumento eficaz de cooperação académica e cultural

Fonte: Diário do Povo Online    25.05.2016 11h11

Por Jorge A. H. Rangel 

O presidente do Instituto Internacional de Macau, Jorge A. H. Rangel

As organizações não governamentais podem desempenhar um papel cada vez mais relevante na promoção e no desenvolvimento eficaz do intercâmbio académico e cultural, cooperando com entidades públicas e privadas de variada natureza, com destaque para as instituições de ensino superior e centros de estudos e investigação.

É neste contexto que se insere o Instituto Internacional de Macau (IIM), como organismo de natureza associativa com fins académicos e culturais e multifacetada actividade. Reconhecido pelo Governo da R.A.E Macau como instituição de utilidade pública, o IIM completou recentemente 15 anos de funcionamento, com resultados que podem ser considerados muito positivos, na promoção do intercâmbio, no reforço da investigação académica, na organização de seminários e conferências e na área das edições, sendo hoje a entidade com maior produção editorial em Macau. O IIM é também membro de várias organizações internacionais e tem o estatuto de observador consultivo da CPLP.

Instituição multifacetada

Quando, em 1999, ano terminal da administração portuguesa, foi criado o IIM, foi nestes termos que foram divulgados os seus propósitos estatutários: “O Instituto Internacional de Macau é uma instituição fundada e sediada em Macau, de matriz portuguesa e pendor universalista. Foi concebido como serviço de continuidade, e em fidelidade à identidade e à vocação mais profundas de Macau para que pretende contribuir com novas formas de projecção no futuro. Fruto de uma complexa génese de quatro séculos, Macau moldou-se metrópole de convergências e ecumenismo, de diversas componentes culturais e religiosas. Mas foi a capacidade de operar sínteses culturais próprias que possibilitou a Macau gerar uma identidade particular e ser factor de civilização. O IIM orientou-se, assim, para servir duas vertentes: o aprofundamento dos factores de identidade de Macau e o prosseguimento dos factores de diferença de Macau.

É assim que o IIM entende a execução da norma constitucional ‘um país, dois sistemas’, inspirando-se primariamente no culto e na prática dos factores da diversidade e da diferença, aqui implantados secularmente por via portuguesa.”

Uma estrutura de serviços

O IIM tem também uma delegação em Lisboa e mantém estreita cooperação com as Casas de Macau e outras instituições macaenses espalhadas pelo mundo, bem como com dezenas de entidades do exterior, entre as quais prestigiadas universidades, com as quais firmou protocolos e desenvolve parcerias úteis. O IIM tem o estatuto de observador consultivo da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, sendo a única entidade de Macau ligada a esta organização que congrega os países de língua portuguesa. Nessa qualidade e no seio desta organização, também faz parte da sua Comissão Temática para a Promoção e Difusão da Língua Portuguesa.

Conclusão

Num tempo em que o chamado “soft power” ganhou uma relevância insubstituível nas relações entre blocos económicos e políticos e entre países e territórios, é incontornável o papel de organismos como o IIM, no serviço que presta a Macau e às comunidades aqui residentes, na afirmação da sua identidade, no respeito pela memória e pelo legado, na aposta no seu correcto desenvolvimento e na consolidação do seu papel no mundo, com uma ambição legítima que foi sempre muito superior à sua reduzida dimensão geográfica. Como espaço livre de reflexão, de estudo e de acção, o IIM continuará também aberto ao mundo.

Fonte: Diário de Todos

Edição: Rafael Lima