Ignorando a forte oposição do governo chinês, o Presidente Barack Obama encontrou-se com o 14º Dalai Lama na Casa Branca na quarta-feira.
Este comportamento veio quebrar a promessa solene na qual os EUA não apoiariam a independência tibetana, causando danos sérios às relações China-EUA, e causando um grave impacto no sentimento da população chinesa.
Como todos sabemos, o governo americano reconheceu explicitamente a política de Uma Só China, admitindo que o Tibete é uma parte inseparável da China, e não reconhecendo um suposto “governo exilado do Tibete”.
O Dalai Lama tem feito campanha em todo o mundo pela independência do Tibete, sob o manto da religião ao longo de vários anos. Não importa a identidade que assuma, a retórica ou o comportamento, o seu objetivo de dividir a China é óbvio.
O governo chinês insta a todos os países e governos a não oferecer espaço de manobra ao Dalai Lama, e muito menos fazer algo que possa levar a uma forte objeção por parte da população chinesa.
A questão do Tibete está intrinsecamente ligada à soberania chinesa e à sua integridade territorial, envolvendo interesses elementares da China. Faz parte do senso comum que a recusa dos governos de receber o Dalai Lama é uma forma essencial de demonstrar que estes não apoiam a independência tibetana.
A administração de Obama está plenamente consciente disso. Apesar de tudo, recebeu-o, enviando sinais ambíguos. Ao receber o Dalai Lama, o governo americano quebrou com a sua promessa e descartou a sua credibilidade política, num ato extremamente imprudente e irresponsável.
O encontro de quarta-feira foi o quarto entre o Dalai Lama e Obama desde que o último assumiu funções.
Certamente, o presidente americano terá uma agenda em mente ao decidir encontrar-se com o Dalai Lama antes do final do seu mandato em janeiro de 2017.
A Casa Branca contradiz-se ao afirmar que reconhece o Tibete como parte inalienável da China e a política de Uma Só China, enquanto recebe constantemente o Dalai Lama, líder espiritual do “clique” que tenta separar o Tibete da China.
Esta postura revela uma visão comprometida e uma forma de pensar antiquada, procurando conter a China ao aplicar o “trunfo Tibete”.
A questão do Tibete é um assunto interno da China. Nenhum país estrangeiro tem o direito de interferir. Apoiar a independência do Tibete é uma interferência clara nas questões internas chinesas e representa uma violação das normas das relações internacionais.
O statu quo favorável das relações China-EUA não deve ser comprometido. Qualquer intromissão em assuntos relacionados com o Tibete está destinada ao fracasso.
Os EUA devem demonstrar a sua sinceridade ao promover a confiança mútua com a China através de ações concretas, respeitando os interesses essenciais da China e desistindo de incorrer em jogadas irresponsáveis e contraditórias. Devem ser antes promovidos a sustentabilidade, e o desenvolvimento saudável das relações bilaterais.