BEIJING, 10 de ago (Diário do Povo Online) - Seis legisladores sul-coreanos, que estão em Beijing para discutir sobre a implantação do sistema THAAD de defesa antimísseis com um think tank chinês, cancelaram abruptamente uma conferência de imprensa agendada para ontem após a reunião.
O cancelamento repentino parece mostrar a cautela dos legisladores e a extrema sensibilidade da questão, depois que a presidente sul-coreana Park Geun-hye, políticos e personalidades públicas chamaram eles de "traidores" e "lacaios da China".
A comitiva de legisladores é liderada por Kim Young-ho, membro do Comitê de Administração Pública e de Segurança da Assembleia Nacional da Coreia do Sul, e membros do partido de oposição Minjoo (MPK, em inglês). Eles se reuniram nesta terça-feira em Beijing com estudiosos do Instituto Pangoal para discutir questões relacionadas com a controversa implantação do THAAD, ao qual a China se opõe fortemente.
O encontro estava planejado para ser aberto aos jornalistas e ter uma sessão de perguntas e respostas, mas acabou acontecendo a portas fechadas e, em vez da esperada conferência de imprensa, houve apenas a divulgação de uma declaração conjunta dizendo que os dois lados tiveram uma conversa franca sobre questões que afeta os laços entre China e Coreia do Sul.
Os legisladores, que chegaram na segunda-feira na China deixam o país na quarta-feira, não vão se reunir com autoridades chinesas.
A visita ocorre em meio a tensões entre as duas nações depois da decisão de Seul de implantar o sistema THAAD na Coreia do Sul até o final de 2017.
A China tem protestado fortemente contra a decisão, dizendo que o sistema de mísseis representa uma ameaça para a China e para a segurança da região.
Embora o governo chinês não tenha imposto quaisquer sanções oficiais após o anúncio da implantação do THAAD, tem crescido uma espécie de boicote público contra os produtos sul-coreanos na China, com os setores turístico e de entretenimento já mostrando sinais de impacto.