Beijing, 18 out (Xinhua) -- Uma arqueóloga chinesa refutou recentemente uma reportagem da BBC sobre os Guerreiros de Terracota, no noroeste da China, dizendo que o artigo a citou fora do contexto e exagerou suas observações sobre a influência ocidental nas 8 mil estátuas de tamanho de homem.
A notícia da BBC, divulgada em 12 de outubro, disse que arqueólogos concluíram que a inspiração para os Guerreiros, desenterrados na Tumba do Primeiro Imperador próxima a Xi'an, capital da Província de Shaanxi, pode vir da Grécia Antiga.
O artigo citou Li Xiuzhen, veterana arqueóloga do Museu do Mausoléu do Imperador Qin Shi Huang, como dizendo que, "agora pensamos que o Exército de Terracota, os acrobatas e as esculturas de bronze encontrados no local foram inspirados por esculturas e arte da Grécia Antiga".
Li, porém, disse que a BBC a citou fora do contexto, pois o artigo ignorou muito do que ela tinha afirmado a repórteres do canal.
"Penso que os Guerreiros de Terracota podem ser inspirados pela cultura ocidental, mas foram feitos exclusivamente pelos chineses. A BBC exagerou minhas observações sobre a inspiração ocidental e ignorou os principais pontos que eu fiz durante a entrevista", declarou Li à Xinhua.
Li disse que a natureza local e o ambiente cultural, como terra, artesãos e cultura fúnebre tradicional, contribuíram todos para a criação dos Guerreiros.
Ela também assinalou que o artigo pôs suas citações exatamente antes das do professor Lukas Nickel, da Universidade de Viena, cuja opinião é contrária à dela, fazendo parecer no entanto que têm a mesma ideia.
Segundo o artigo, Nickel disse: "eu imagino que um escultor grego pode ter estado no lugar para treinar os locais".
"Eu sou uma arqueóloga, e eu valorizo provas. Eu não encontrei nenhum nome grego nas costas dos Guerreiros de Terracota, o que apoia minha ideia de que não existiu nenhum treinamento por artesão grego aos escultores locais", Li disse.