Wuzhen, Zhejiang, 19 nov (Xinhua) -- O Baidu, o maior site de busca da China, está gastando tempo e dinheiro para desenvolver a inteligência artificial (IA), uma área que considera fundamental para o crescimento dos seus negócios, de acordo com Zhang Yaqin, presidente da companhia.
Zhang disse à Xinhua à margem da 3ª Conferência Mundial de Internet que a companhia, cotada na Nasdaq, investe mais de 15% da sua receita em pesquisa e desenvolvimento todos os anos, grande parte relacionada com IA.
O Baidu lançou em setembro sua sucursal de capital de risco, Baidu Venture, com o objetivo de apoiar a IA e outros projetos de tecnologia de última geração, como a realidade aumentada e realidade virtual.
A China conta com 700 milhões de internautas, 93% dos quais utilizam celulares para conectar-se à internet. Metade dos celulares levam o Baidu Map, enquanto muitos utilizam o app de busca móvel da Baidu. A companhia também oferece serviços como entrega de alimentos e pagamentos de contas.
Segundo Zhang, o grande número de usuários de internet móvel permite que a companhia experimente a internet das coisas e aplicativos de IA.
Ele assinalou que um grande volume de dados gerados pelas pessoas que usam plataformas de comércio eletrônico, motores de busca e aplicativos de redes sociais ainda não foram utilizados em sua capacidade total.
"Com os grandes dados e a supercomputação, a IA será o passo seguinte. É hora de a IA chegar ao grande público", disse.
Globalmente, a competição para desenvolver a IA já começou. As vitórias do AlphaGo contra um dos mais hábeis jogadores de Go do mundo, Lee Sedol, marcaram um feito histórico em 2016.
Em comparação com seus colegas estrangeiros, a Baidu chegou tarde ao setor, mas isso não deteve a companhia.
Seu sistema de aprendizagem profunda de IA, a Baidu Brain, foi selecionada este ano na Conferência Mundial da Internet como uma das 15 tecnologias emergentes a se ter em conta.
O sistema utiliza três funções-chave-algoritmo de IA, supercomputação e grandes dados para simular o cérebro humano e é o sistema nervoso central dos veículos autônomos, reconhecimento facial e por voz, e dos robôs da Baidu.
A companhia chinesa apresentou uma frota com 15 automóveis sem motorista no evento e convidou o público a experimentar. A tecnologia ainda se encontra em fase de desenvolvimento.
"A IA não pode fazer tudo, mas certamente liberará as pessoas dos trabalhos repetitivos. Esta é a razão pela qual gastamos tanto tempo e esforços nela", disse Zhang, acrescentando que "nosso objetivo final é permitir que as pessoas possam se dedicar às coisas mais criativas e interessantes".
