Beijing, 23 nov (Xinhua) -- A China e o Brasil devem trabalhar juntos para abordar a produção excessiva no setor siderúrgico, enquanto o protecionismo só pode complicar a situação, declarou na terça-feira o Ministério do Comércio da China, depois que o Brasil iniciou investigações contra produtos de aço chineses.
"O governo chinês sempre defende que medidas de defesa comercial devem ser usados de forma prudente e controlada, e encoraja suas empresas a resolver fricções comerciais por meio de cooperação em comércio, investimento e tecnologia com seus parceiros estrangeiros", disse Wang Hejun, chefe do Departamento de Defesa Comercial e Investigação do ministério.
Segundo o funcionário, o protecionismo não ajudará a superar dificuldades na economia global e no setor de aço. Ao contrário, ele vai impedir o comércio normal.
As duas economias emergentes estão estreitamente relacionadas no setor siderúrgico. O Brasil possui grandes depósitos de minério de ferro e a China é o maior produtor de aço no mundo.
Wang fez o comentário depois que o Brasil anunciou na segunda-feira suas primeiras investigações antissubsídio contra chapas de aço laminadas a quente da China. Os produtos de aço chineses sofreram com 14 investigações antidumping do governo brasileiro nos últimos cinco anos, com a maioria dos casos resultando em medidas restritivas.
No entanto, o aço chinês representa apenas menos de 2% do mercado brasileiro, apontou Wang.
Afetado pela produção excessiva, o setor siderúrgico global registrou mais disputas comerciais nos anos recentes, com empresas chinesas tendo sofrido mais.
A China está pedindo por unidade para lidar com a produtividade excessiva e conseguiu progresso significativo em diminuir a dimensão de seu setor siderúrgico.
O país reduziu mais de 90 milhões de toneladas de capacidade excessiva durante os últimos cinco anos, e o governo planeja cortar mais até 2020.