Beijing tem em mente o estabelecimento de uma polícia ambiental para reforçar o monitoramento.

Os residentes de Beijing voltaram a vislumbrar de novo o azul dos céus no último domingo, graças a uma frente fria que dissipou a espessa névoa de smog que se esbateu sobre a metrópole chinesa nas últimas semanas.

Retidas nas suas habitações por uma semana, as pessoas puderam finalmente acorrer aos espaços públicos, brindados por um firmamento sem qualquer obstrução pela primeira vez neste ano.

Beijing levantou o alerta laranja de poluição atmosférica na noite do último sábado, colocando o término às medidas de emergência até então em vigor, como a restrição do número de veículos a circular nas estradas e a suspensão da produção fabril na capital e imediações.

A baixa incidência de poluição deverá manter-se nos próximos dias na cidade.

Beijing conta atualmente com um sistema de alerta para a poluição atmosférica de quatro níveis, com o vermelho para o nível mais alto, seguido dos laranja, amarelo e azul.

O alerta laranja, que indica um índice das partículas mais nocivas para o organismo a superar os 200 microgramas por metro cúbico, manteve-se por três dias consecutivos.

O prefeito interino de Beijing, Cai Qi, prometeu adotar medidas mais duras para melhorar a qualidade do ar em 2017.

“Antes de tudo, verifico as condições meteorológicas e a qualidade do ar da cidade antes de sair para o trabalho, como toda a gente faz. Entendo bem a preocupação e as queixas do público relativamente à poluição do ar”, afirmou Cai durante uma reunião com a imprensa e os cidadãos, realizada no sábado.

Cai disse estar preocupado com o impacto do smog na vida dos residentes e na saúde pública.

Beijing lançou no ano passado uma guerra aberta contra o uso de carvão nas áreas rurais e contra a circulação de veículos com emissões elevadas de poluentes.

Como resultado, a média anual da concentração dos níveis de PM2,5 foi de 73 microgramas por metro cúbico, um decréscimo de cerca de 10%, em comparação com os valores apurados em 2015.

“Embora tenhamos realizado alguns progressos, a poluição atmosférica no inverno continua sendo um problema sério. O governo tem que reforçar a proteção ambiental e a supervisão em 2017”.

“A realização de churrascos ao ar livre, incineração do lixo, queima de biomassa e dissipação de poeira nas ruas, por exemplo, são atos de incumprimento com as regulações vigentes, e assumem-se como resultado da subversão e da fraca aplicação de lei”, afirmou, acrescentando que a prefeitura vai lançar uma “polícia ambiental” para monitorar o problema nas 16 divisões da cidade.