Brasília, 15 fev (Xinhua) -- O presidente do Brasil, Michel Temer, se comprometeu nesta segunda-feira a destituir membros de seu gabinete acusados de irregularidades em conexão com a Operação Lava Jato, uma ampla investigação sobre a corrupção no governo.

"Se houver uma evidência que possa ser posteriormente aceita, então o ministro acusado pela Operação Lava Jato será temporariamente destituído, se a acusação for provada... a sua expulsão se torna permanente," disse Temer em uma coletiva de imprensa na sede presidencial em Brasília.

"O governo não quer e não vai proteger ninguém, e nem vai definitivamente remover um ministro com base em mera acusação de atividades ilícitas," disse Temer

Temer foi forçado a defender o compromisso do seu governo de combater a corrupção depois que ele fez uma nomeação controversa no início deste mês, indicando um suspeito na investigação e seu assessor próximo Wellington Moreira Franco para ser Secretário Geral da Presidência, um cargo de gabinete.

A construtora brasileira Odebrecht admitiu a entrega de milhões de dólares em subornos a cerca de 200 funcionários para garantir contratos de obras públicas, incluindo Moreira.

Com a promoção do cargo do Moreira de um conselheiro próximo ao membro do gabinete, ele terá mais proteções sob a lei se ele fosse acusado de suborno, disseram analistas locais.

"Com o posto no gabinete, Moreira Franco tem vantagens se ele for acusado... o funcionário não pode mais ser julgado pelos promotores federais, mas apenas pelo Supremo Tribunal Federal," disse o jornal local Rio Times.