Beijing, 16 fev (Xinhua) -- A China é capaz de ter um crescimento estável do PIB neste ano apesar das incertezas globais, segundo o Standard Chartered Bank.

"Acreditamos que a China continuará a estabelecer sua meta de crescimento do PIB em cerca de 6,5% para 2017 e que a segunda maior economia mundial pode crescer 6,6% neste ano", afirmou Ding Shuang, economista-chefe do Standard Chartered para a Grande China.

Ding apontou que as políticas dos Estados Unidos sobre a China e as eleições na Europa pós-Brexit podem complicar o ambiente internacional para a economia chinesa, enquanto a desaceleração doméstica nos mercados de imóveis e automóveis pode arrastar o crescimento do consumo.

O mercado imobiliário da China terá ritmo de vendas mais lento, pois regulamentos mais rigorosos entraram em vigor, enquanto as vendas de veículos de passageiros mostraram sinais de contração ao cair 1,1% anualmente em janeiro.

Porém, Ding disse que outros motores de crescimento econômico estão acelerando na China.

Ele afirmou que o setor de serviços vai crescer mais rapidamente em 2017, pois os chineses vão consumir melhores experiências de entretenimento, saúde, educação e viagem, o que pode contribuir para cerca de 60% do PIB.

Ao mesmo tempo, as exportações da China estão recuperando a dinâmica após um desempenho moderado no ano passado. O volume de comércio exterior do país superou as expectativas do mercado a crescer 19,6% anualmente em janeiro.

Além de uma base mais baixa de comparação e efeitos da Festa da Primavera, a economia global está mostrando sinais positivos desde que os números mais recentes do PMI nos EUA e alguns países europeus retrataram atividades crescentes de fábricas e serviços.

Ding acrescentou que a desvalorização anterior do yuan vai gradualmente ajudar a melhorar o desempenho de exportação.

Ele apontou que para sustentar o crescimento estável de cerca de 6,5%, a China ainda deve combinar ferramentas de políticas efetivas.

"Enquanto a China decidiu tomar uma posição monetária prudente e neutral, o governo precisa aplicar mais políticas fiscais proativas para apoiar o crescimento", disse Ding. "O nível de dívida da China ainda está controlável e o governo pode elevar a relação dívida/PIB fiscal de 3% em 2016 para 3,5% neste ano".