Fu Ying refuta “duplo padrão” da análise ocidental de despesas militares

Fonte: Diário do Povo Online    21.02.2017 14h17

No dia 18, a diretora da comissão dos assuntos diplomáticos da Assembleia Popular Nacional da China, Fu Ying, foi convidada a participar na 53ª Conferência de Segurança em Munique, tendo assistido também ao fórum onde foi discutida a “segurança do leste asiático e o problema nuclear da península coreana”.

Fu Ying viria a refutar o que considera um “duplo padrão” das análises ocidentais de despesas militares.

No discurso de abertura da sessão, John Chipman, diretor do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos em Londres (IISS, na sigla inglesa), apresentou a análise anual da capacidade militar global.

Chipman asseverou que o desenvolvimento militar na Ásia tem sido mais rápido, com despesas avultadas, tendo ultrapassado a Europa em 2012, e atingindo em 2016 um orçamento 1.3 vezes superior ao europeu.

O diretor do ISS acrescentou ainda que a China é o país da região que detém o maior orçamento militar, sendo que as despesas para o efeito chegam a equivaler a 1.8 vezes a despesa do Japão e da Coreia do Sul.

O total despendido no Mar do Sul da China atinge valores 3.7 vezes acima do referido, observou.

Em resposta às afirmações de Chipman, Fu Ying relembrou que o principal assunto da Conferência se centrava em como assegurar que os estados membros da NATO poderiam aumentar o orçamento de defesa até 2% do PIB, através da partilha de fundos de segurança.

Contudo, quando mencionado o orçamento de defesa da China, a sua atitude foi diferente.

“A Assembleia Popular Nacional se reúne anualmente. Como porta-voz desta conferência, todos os anos, a despesa militar da China é sempre a primeira questão a ser levantada. Algumas manchetes de jornais estrangeiros referem a mesmo a ‘Ameaça da China’”.

Fu Ying dirigiu contrapôs então aos participantes estrangeiros, estabelecendo uma comparação com a meta de 2% suprarreferida: “O orçamento de defesa da China tem sido mantido nos 1,5% do PIB. Porém, continua sendo considerado uma ameaça. Não estaremos perante um padrão duplo de análise? ”

A questão fulcral do debate sobre a segurança Ásia-Pacífico, defendeu Fu Ying, é “qual o rumo certo a seguir”. Deve este ser baseado em alianças de “segurança exclusiva” ou na busca da “segurança inclusiva”? — sem que a segurança seja supervisionada por determinado país, antes com todos os países a usufruírem de uma segurança comum.

Fu Ying reforçou que a China defende a cooperação a favor da segurança comum, tal como o presidente chinês Xi Jinping enfatizou durante o seu discurso de abertura do Fórum de Davos, sobre a construção de um mundo abrangido pela segurança universal.

Após a Guerra Fria, a região Ásia Pacífico tem mantido a paz, com a comunidade internacional a estabelecer um objetivo comum em conformidade com o crescimento da economia global.

A obtenção destes resultados não depende de uma aliança, mas sim da consulta e cooperação mútuas e da constante manutenção das relações.

Os problemas que surgiram nos últimos anos demonstram que o consenso geral não deve desviar-se do objetivo comum de segurança. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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