Por Qiang Wei, Diário do Povo
“A Comissão Reguladora de Valores da China tomará medidas em termos da participação dos órgãos exteriores no mercado chinês de valores mobiliários e futuros por meio de joint venture, incluindo a elevação gradual de proporções de ações dos investidores estrangeiros em instituições de valores mobiliários e futuros na China”, informou a Comissão Reguladora de Valores da China (CSRC, na sigla inglesa) em uma coletiva de imprensa realizada no dia 26 de fevereiro.
Durante a coletiva de imprensa, a comissão expressou que a China está recetiva aos investidores e fornecedores de serviços do exterior que desejem realizar negócios no país.
Nas últimas duas décadas de desenvolvimento do mercado de ações tipo A (o mercado chinês de ações é composto por três partes – os mercados de ações tipo A, tipo B e tipo H), a CSRC explorou métodos de introdução de capital estrangeiro e ampliação de canais de investimento.
Segundo as informações, a proporção de ações dos investidores exteriores em empresas de valores mobiliários pode atingir os 49%, o mesmo valor que podem atingir as proporções de ações em companhias de gestão de fundos e de futuros, 49%.
Quanto às preocupações de que o conselho internacional pode influenciar o valor de avaliação das ações tipo A, quanto à permissão de listagem no continente chinês, o vice-presidente da CSRC, Fang Xinghai, afirmou que a comissão tem estudado o conselho internacional, mas ainda existem obstáculos técnicos, incluindo o problema de regras contabilísticas.
As regras contabilísticas das empresas do exterior não são as mesmas, e os seus princípios de revelação de informações também são diferentes dos aplicados no mercado chinês, necessitando, por isso, de uma revisão antes da sua entrada no mercado.
Em junho de 2017, o Morgan Stanley Capital International Global Sustainability Index (MSCI) decidirá pela quarta vez se entrará no mercado de ações tipo A, resultado que pode influenciar o desenvolvimento do mesmo.
De acordo com Fang, qualquer índice de ações, se não for incluído nas ações chinesas, será incompleto.
A CSRC não pode garantir que as ações tipo A serão incluídas no índice do MSCI neste ano, mas a direção de comercialização, legalização e internacionalização da reforma não mudará, acrescentou.
Segundo o presidente da CSRC, Liu Shiyu, a comissão melhorou uma série de sistemas básicos do mercado de capital e apoiou significativamente o desenvolvimento das economias reais.
Em 2016, 248 empresas emitiram Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês), com financiamento de mais de 163 bilhões de yuans, e o refinanciamento de empresas listadas no mesmo ano superou 1,34 trilhões de yuans.
Além disso, através de fusões e aquisições, a força de capital de companhias listadas aumentou em mais de 980 bilhões de yuans, o financiamento da National Equities Exchange and Quotations (NEEQ) superou 139,1 bilhões de yuans. De acordo com Liu, esses capitais foram um grande contributo para o desenvolvimento das economias reais.