Por Hu Zexi, Diário do Povo
“A China opõe-se a todas as formas de ataques cibernéticos e apressa os EUA a suspenderem escutas, vigilância, interceção e ataques cibernéticos contra a China e outros países”, disse o porta-voz da chancelaria chinesa, Geng Shuang, na coletiva de imprensa regular desta última quinta-feira (9), enquanto respondia a perguntas sobre os ataques realizados pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) contra equipamentos eletrônicos chineses.
O website “WikiLeaks” publicou no dia 7 de março cerca de 9.000 documentos confidenciais alegadamente pertencentes à CIA, nos quais é possível perceber que o centro de inteligência cibernética da CIA conta com mais de 5.000 funcionários e mais de 1.000 ferramentas de pirataria.
Segundo os documentos, a CIA aproveitou a vulnerabilidades dos aparelhos eletrônicos pessoais e sistemas de operação para intercetar informações e conversas pessoais, invadindo a privacidade de pessoas comuns, através de milhares de softwares de vírus, programas maliciosos, softwares de controlo remoto e outras ferramentas de pirataria desenvolvidas pela agência.
O governo norte-americano iniciou, no dia 8, as investigações criminais relativas à fuga de documentos.
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, se recusou a confirmar a veracidade dos documentos na coletiva de imprensa realizada no mesmo dia, mas enfatizou que a fuga de documentos confidenciais é uma “grande preocupação”.
Geng Shuang apontou que, “a China defende firmemente a sua própria segurança cibernética e pretende reforçar os diálogos e cooperação com a comunidade internacional, elaborando regras internacionais do ciberespaço aceitáveis para todas as partes, no âmbito das Nações Unidas, visando a promoção da construção de um ciberespaço pacífico, seguro, aberto, cooperativo e organizado.”
No dia 1 de março, o governo chinês publicou a “Estratégia Internacional de Cooperação no Ciberespaço”, na qual indica que a promoção da cooperação internacional no ciberespaço se deve basear nos quatro princípios de paz, soberania, governança conjunta e benefício geral.
Os documentos entregues em junho de 2013 pelo ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Edward Snowden, à revista alemã “Der Spiegel” mostram que os EUA realizaram ataques cibernéticos em grande escala contra a China, cujos alvos incluíram os líderes chineses, a empresa Huawei, o Ministério de Comércio, o Ministério das Relações Exteriores, bancos e empresas de telecomunicações.
Segundo a Der Spiegel, os alvos de vigilância dos EUA incluíram ainda vários ex-líderes chineses, diversos departamentos governamentais e bancos.
O Centro de Pesquisa de Notícias da Internet publicou mais tarde o “Registro de Ações de Vigilância Global dos EUA”, no qual é revelado que, após alguns meses de investigações, os departamentos chineses concernentes descobriram que informações sobre as ações de intercetação de informações confidenciais contra a China eram verdadeiras.