Beijing, 11 abr (Xinhua) -- A China possui grande potencial na aplicação da inteligência artificial (IA), indicou no domingo (9) o vice-ministro da Indústria e Informatização, Liu Lihua.
"Os pesquisadores e empresários chineses estão entre os melhores do mundo, com inovações tecnológicas e bons lucros no setor", disse Liu.
Pesquisadores de empresas chinesas como iFlytek, Alibaba e Baidu participaram no estudo das principais tecnologias de IA a nível mundial, assinalou Liu, em referência às tecnologias de aprendizagem reforçada, pagamento por leitura facial e caminhões com direção autônoma.
Algumas semanas atrás, o "MIT Technology Review" mencionou estas três tecnologias e outras sete como as 10 principais tecnologias de 2017.
A pesquisa em IA começou há mais de 60 anos e experimentou altos e baixos. A onda atual está apoiada em uma quantidade sem precedentes de dados e poder computacional.
"Ao mesmo tempo em que estamos apenas começando, nós já fizemos progressos importantes na aplicação da inteligência artificial em cidades inteligentes e serviços inteligentes em carros", disse Liu.
O vice-ministro considera que no futuro se aplicará a IA em mais setores.
Os gigantes chineses da internet se concentram no desenvolvimento da inteligência artificial e consideram que as próximas décadas serão uma etapa dourada para a indústria.
"Se definirmos 2016 como o primeiro ano da inteligência artificial da China, este ano será o início das aplicações da inteligência artificial no país", disse Liu Qingfeng, presidente da empresa tecnológica iFlytek.
Em março, a gigante da internet Baidu estabeleceu um laboratório nacional de tecnologia de aprendizagem profunda em Beijing. O laboratório reúne especialistas em IA da Baidu, Universidade Tsinghua, Universidade da Aeronáutica e Astronáutica de Beijing, e da Academia de Tecnologia da Informação e Comunicação da China.
"A internet é apenas um aperitivo. O principal será a inteligência artificial. No futuro, as máquinas vão se desenvolver ao ponto de entender os humanos e ler as suas intenções", disse Li Yanhong, presidente da Baidu na China IT Summit em Shenzhen no domingo.
A Baidu tem investido muito no estudo apoiado pelas máquinas, reconhecimento de imagens, reconhecimento de voz e veículos autônomos.
Xiaomi, outra gigante tecnológica, estabeleceu no ano passado um Laboratório do Explorador para pesquisas em inteligência artificial e nos próximos seis meses apresentará um "emocionante produto de IA", segundo Lei Jun, fundador e diretor da Xiaomi.
"As empresas nos mercados emergentes precisam oferecer aos seus consumidores uma visão convincente, ou seja, que não só resolva os problemas atuais apenas, mas também os problemas no horizonte futuro", disse Lei.
A China fará grandes esforços este ano para implementar a estratégia de desenvolvimento orientada para a inovação, modernizar a estrutura da economia real e melhorar seu desempenho e competitividade, segundo um relatório de trabalho do governo emitido no mês passado.
"Aceleraremos a pesquisa e desenvolvimento e a comercialização de novos materiais, inteligência artificial, circuitos integrados, biofarmacêutica, comunicações móveis 5G e outras tecnologias, e desenvolveremos agrupamentos industriais nestes setores", disse o relatório.
Em maio do ano passado, o governo publicou um plano de ação de três anos para o desenvolvimento da IA.
A indústria de IA na China alcançou 23,9 bilhões de yuans (US$ 3,5 bilhões) no ano passado, e vai chegar a US$ 5,5 bilhões em 2018, de acordo com o Ministério da Indústria e Informatização.
"Com a chegada da era da IA, devemos nos focar na inovação tecnológica, estabelecer padrões e especificações para a indústria, forjar um ecossistema industrial e acelerar a legislação do setor", disse Liu da iFlytek.