O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, discursa em Istambul, Turquia, a 16 de abril de 2017.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou no domingo à noite que as alterações constitucionais propostas haviam sido aprovadas em referendo, preparando o país para introduzir o sistema presidencial.
Num pronunciamento televisivo endereçado à imprensa, em Istambul, Erdogan declarou que as alterações aprovadas em referendo haviam totalizado 25 milhões de votos a favor e 1,3 milhões de votos contra.
“Hoje a Turquia tomou uma decisão histórica sobre o seu sistema de governança”, afirmou, apelando aos países aliados para “respeitar a decisão da nossa nação”.
O pacote constitucional votado naquele dia é composto por 18 artigos, sendo que o mais controverso prevê a mudança da presidência executiva a partir do sistema parlamentar, implementado desde que a República da Turquia foi fundada, em 1923.
O pacote irá garantir à presidência mais poderes, um cenário que tem sido rejeitado pela oposição, o Partido Republicano do Povo, e o pró-curdo Partido da Democracia dos Povos, que pediu uma recontagem dos votos após o resultado inicial ter sido revelado, citando irregularidades.
Muitos opositores estenderam o seu protesto às ruas de Istambul no domingo à noite, sendo que outros batiam com panelas nas suas janelas.
A Turquia não irá adotar o sistema presidencial até 2019, altura no qual o mandato atual de Erdogan terminará e novas eleições parlamentares terão lugar.
Dirigindo-se aos seus apoiantes, o presidente turco declarou que a sua primeira tarefa após a vitória é a reintrodução da discussão da pena de morte e de outros referendos.
A questão da pena capital foi levantada após o golpe militar falhado em julho do ano passado, o qual o governo turco atribui culpa a Fethullah Gulen, que vive agora nos EUA.
A UE respondeu ao ameaçar terminar as conversações de adesão com a Turquia, contribuindo para o arrefecimento das relações bilaterais.