Rio de Janeiro, 19 abr (Xinhua) -- As empresas brasileiras de processamento de carne JBS e BRF, que estão entre as maiores do mundo, viram 5,4 bilhões de reais (1,74 bilhão de dólares americanos) serem apagados em seus valores no último mês, devido ao contínuo escândalo de carne adulterada, revelou uma pesquisa na segunda-feira.

Os dados, divulgados pela empresa de consultoria Economatica, mostraram que a JBS, o maior produtor global de proteína animal, perdeu 15,35% de seu valor total desde que o escândalo que surgiu no dia 17 de março. O valor caiu de 32,6 bilhões de reais (10,52 bilhões de dólares) em março para 16 a 27,6 bilhões de reais (8,9 bilhões de dólares) na semana passada.

A BRF sofreu menos, perdendo apenas 1,45% do seu valor, caindo para 31,5 bilhões de reais (10,17 bilhões de dólares) no mesmo período.

As duas multinacionais são acusadas de alterar quimicamente a carne para mascarar seu cheiro e mudar sua cor, bem como vender produtos de carne fora da validade.

A polícia federal do Brasil acusou 63 pessoas por participar dessas atividades.

Todos foram acusados de corrupção passiva, uso de substâncias proibidas ou ilícitas, falsificação de registros médicos, adulteração de produtos ou substâncias alimentares, desvio de fundos, uso de documentação falsa, entre outros.

A revelação do caso levou a pelo menos 25 países a imporem restrições às importações e compras de carne brasileira, embora a maioria tenha voltado ao normal depois que o governo brasileiro liderou uma campanha para mostrar que o escândalo só diz respeito a uma pequena parcela de sua indústria de carne.

O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de frango e o quarto maior exportador de carne suína. No entanto, o governo calculou que o escândalo poderia custar 10% do seu mercado externo, levando a uma perda de cerca de 1,5 bilhões de dólares por ano.