Beijing, 27 abr (xinhua) -- Um funcionário chinês de alto escalão reiterou na quarta-feira a confiança na economia chinesa dizendo que a tendência de melhora está cada vez mais sólida e a recuperação deve ser sustentável.
Em uma entrevista com a Xinhua, o vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma Ning Jizhe enfatizou o aperfeiçoamento de estrutura e a alteração dos motores de crescimento ao explicar o crescimento de 6,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre.
O crescimento foi levemente maior que o de 6,8% no trimestre anterior, com contribuição do consumo de 77,2%, 12,6 pontos percentuais a mais que o aumento anual de 2016.
"O consumo tornou-se um motor primário do crescimento", disse Ning, que também é diretor do Departamento Nacional de Estatísticas.
O setor de serviços representou 56,5% do PIB, sinal de uma estrutura industrial em otimização, segundo Ning.
O novo impulso de crescimento vem dos setores de alta tecnologia, manufatura de equipamentos e indústria emergente estratégica, todos com crescimentos de dois dígitos e cresceram mais rapidamente que a economia em geral, de acordo com Ning.
Novas oportunidades em indústrias tradicionais e emergentes modelos de negócios, como a economia de compartilhamento, também estão promovendo a economia.
Ning assinalou que os cinco principais indicadores, incluindo emprego, taxa de crescimento, inflação, balanço geral internacional e rendimentos, todos apontam para uma economia cada vez mais estabilizada, porém advertindo otimismo excessivo pois ainda existem vários desafios e reformas difíceis.
A taxa de crescimento do PIB não é o único padrão de desempenho da economia, assinalou.
"Desde que o mercado de trabalho e inflação permaneçam estáveis e a renda aumente, não importa que o crescimento seja um pouco alto ou baixo", explicou.
A China estabeleceu a meta de 6,5% para o crescimento econômico em 2017, mas espera o melhor resultado possível.
Quanto aos riscos, Ning sublinhou os persistentes problemas de excesso de capacidade industrial, riscos nos setores de imóveis e financeiro e desequilíbrio de crescimento entre regiões.
O crescimento do investimento industrial, apesar de aumento de 4,9% no primeiro trimestre, ainda está lento e mostra a recuperação insuficiente do mercado, segundo Ning.
Para colocar a economia em uma base mais estável, a China deve insistir na reestruturação e reformas e dissolver gradualmente os riscos no processo, acrescentou.