Lisboa, 3 mai (Xinhua) -- Na segunda-feira, milhares de pessoas em Portugal marcharam da Praça Martim Moniz até a Alameda D. Afonso Henriques em Lisboa, pedindo ao governo por maiores salários e melhorias nas condições de trabalho.
Os manifestantes gritavam: "Pessoas unidas nunca serão vencidas" e acenavam bandeiras sindicais.
"Estamos aqui para lutar para erradicar a pobreza," disse à Xinhua Rego Mendes, de 74 anos, pensionista e engenheiro técnico freelancer.
"A caridade não é suficiente, precisamos de políticas para aumentar os salários, para que a carga fiscal leve em conta a renda das pessoas e para que a saúde e a educação sejam atendidas pelo Estado," acrescentou.
O protesto foi organizado pelo sindicato dos trabalhadores portugueses, CGTP, e outros eventos aconteceram em todo o país, incluindo encontros, eventos culturais e desportivos.
Segundo o sindicato português UGT, a luta dos trabalhadores levou o atual governo socialista a elevar o salário mínimo nacional, restaurar quatro feriados nacionais e a recuperação de salários. No entanto, ainda há muito a fazer.
"Temos salários baixos em comparação com outros países europeus e precisamos lutar por melhores condições de trabalho," disse Ana Inácio, de 21 anos, desempregada, enquanto acenava uma bandeira. "Também precisamos lutar pelos direitos das mulheres, não devem nos perguntar se vamos ter filhos em uma entrevista."
Apesar do nível de endividamento do país ter piorado após dois resgates de bancos em 2014 e 2015, o atual governo conseguiu manter a recuperação econômica e alcançar estabilidade política.
O primeiro-ministro António Costa insistiu em reverter a austeridade que foi imposta pela administração anterior, após o país ter assinado um acordo internacional de 78 bilhões de euros (85,1 bilhões de dólares) em 2011.
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