Por Mauro Marques e Renato Lu
BEIJING,19 de mai(Diário do Povo Online)Portugal e China, nações em tempos interligadas através da Rota Marítima da Seda na sua completude, formalizaram ontem a ponte aérea entre as cidades de Hangzhou-Beijing-Lisboa.
O evento decorreu no centro da capital chinesa, tendo contado com a presença de Jorge Torres-Pereira, Embaixador de Portugal na China; Huang Songfu, ex-Embaixador da China em Portugal; representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China; membros da direção da Beijing Capital Airlines (a companhia aérea responsável pelo voo direto); representantes das promotoras turísticas de Portugal e da China; dirigentes do governo municipal de Beijing, entre outros.
“A rota Hangzhou-Beijing-Lisboa é um ponto sem retorno no sonho sino-português de assegurar um eixo de ligação direta entre Portugal e a China”, foram as palavras usadas por Jorge Torres-Pereira para descrever a ocasião comemorada.
O voo direto, “uma aspiração de longa data”, surge fruto do trabalho conjunto das diversas entidades de ambos os países e, enfatiza o Embaixador português, “do compromisso dos governos nacionais”, que se terão revelado sempre recetivos à ideia de consumar o projeto.
A ligação aérea assume-se assim como “um momento marcante nas interações people-to-people”, potenciando o contacto direto entre os povos de ambos os países. Espera-se, deste modo, que o ascendente verificado nas cifras de cariz socioeconómico (quase 200,000 turistas chineses visitaram Portugal no ano transato) possa aqui encontrar um novo catalisador.
Huang Songfu, o ex-Embaixador da China em Portugal, destacou na sua alocução a longevidade e natureza amistosa das relações luso-chinesas ao longo dos (sensivelmente) 5 séculos da sua história, tendo dado especial ênfase à aproximação bilateral registada nos últimos quatro anos. O voo direto, afirmou, constitui “um profundo contributo para as relações políticas e económicas entre os dois países”.
Xu Jun, o diretor-executivo da Beijing Capital Airlines sublinhou a importância do voo para “suprir a lacuna de transportes” entre a China e Portugal, ressaltando a sua importância estratégica no decorrer das relações entre a China e os países de língua oficial portuguesa.
O responsável pelo mercado da Capital Airlines, Wang Yinjun, deixou em aberto planos futuros para uma parceria com a companhia aérea brasileira Azul, com vista ao estabelecimento de um corredor intercontinental estratégico mais alargado, capaz de potenciar a aproximação de um maior número de intervenientes no seio da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”.
Os voos Hangzhou-Beijing-Lisboa deverão ser realizados a bordo de aeronaves A330-200 da Airbus, com uma frequência de 3 vezes por semana.