NAIROBI, 1 de jun (Diário do Povo Online) - O Quênia inaugurou o grande projeto sino-africano de ligação ferroviária entre Mombasa e Nairobi, na quarta-feira, a véspera da comemoração do 54º aniversário da passagem do país a estado soberano.
O presidente Uhuru Kenyatta afirmou que a infraestrutura de 3,80 bilhões de dólares será chamada de Madaraka Express. “Madaraka” significa liberdade em Swahili.
"Celebramos um novo começo, um novo capítulo para a história do Quênia, concluindo esta infraestrutura de transporte, mais de um século após a ferrovia do Quênia-Uganda ter sido edificada pelos colonialistas", afirmou Kenyatta durante a cerimônia de lançamento em Mombasa, a segunda maior cidade do país.
Wang Yong, enviado especial do presidente Xi Jinping e conselheiro de Estado da China, discursou também na cerimônia, expressando que o presidente chinês estava entusiasmado com a entrada em funcionamento do caminho ferroviário.
"Esta ferrovia de ligação entre Mombaça e Nairobi é um importante resultado incluído nos primeiros frutos da iniciativa do Cinturão e Rota. O projeto insere-se também nos 10 planos de cooperação da Cúpula FOCAC de Joanesburgo. É também um projeto histórico da cooperação China-África ao nível das redes regionais de alta velocidade", reforçou Wang.
"O lançamento desta artéria de transporte regional serve de testemunho à amizade China-Quênia e à entrada em uma nova era de cooperação bilateral mutuamente benéfica", acrescentou.
A SGR estimulará o desenvolvimento econômico e social do Quênia e da região, facilitará a conectividade na África Oriental, acelerará a industrialização africana e promoverá a cooperação do Cinturão e Rota nas áreas continentais de África, a fim de beneficiar as populações locais sendo, por isso, “portadora de um profundo significado”, reiterou Wang.
O enviado chinês notou ainda que, ao assumir um compromisso de qualidade, a empresa chinesa envolvida demonstra com estre projeto a confiança que pode ser depositada nos empreendimentos de cunho chinês.
A ligação ferroviária em causa constitui um exemplo da política chinesa de desenvolvimento das relações com os países africanos, com base nos valores da amizade, justiça e interesses comuns.
Durante a construção do projeto, a China garantiu 44 mil oportunidades de formação a quadros locais, ajudou a treinar mais de 3.000 técnicos ferroviários e apresentou um plano para a construção de uma academia técnica especializada — todos estes indicadores comprovam o envolvimento do povo queniano na construção, promoção e benefício do desenvolvimento ferroviário nacional.
A entrada em funcionamento da ferrovia tornará mais conveniente o transporte entre a capital e a maior cidade portuária do país, reduzindo significativamente os custos com a logística e estimulando o desenvolvimento industrial e a prosperidade econômica ao longo da rota.
O trem de passageiros circulará a uma velocidade de 120 km/h. O trem de cargas poderá percorrer a 80 km/h.