Rio de Janeiro, 6 jun (Xinhua) -- O Tribunal Superior Eleitoral do Brasil (TSE) iniciou nesta terça-feira o julgamento do suposto envolvimento do presidente Michel Temer em financiamento ilegal de campanha durante as eleições presidenciais de 2014, o que poderá derrubá-lo.
A acusação foi feita após as eleições pelo derrotado Partido da Democracia Socialista Brasileira (PSDB), cujo candidato perdeu para a então presidente Dilma Rousseff e Temer, que era vice-presidente de Rousseff na época.
Temer assumiu a presidência em 2016 depois que Rousseff foi suspensa e sofreu processo de impeachment.
O primeiro dia do julgamento foi marcado pela equipe de defesa de Temer tentando separá-lo de Rousseff das alegações, negando qualquer irregularidade.
A equipe de defesa de Rousseff argumentou que o processo contra ela perdeu o objetivo principal, uma vez que ela já foi retirada do cargo. O tribunal rejeitou esta alegação e analisará outras questões quando o julgamento for retomado nesta quarta-feira.
Se o TSE julgar que Temer é realmente responsável pela captação ilegal de votos que recebeu em 2014, ele será suspenso e substituído por outra pessoa para servir o resto do mandato da presidência até dezembro de 2018.
Além disso, o presidente também está sob investigação em um caso separado de corrupção envolvendo uma gravação secreta de uma conversa entre ele e um executivo da empresa de carnes JBS.
Durante a conversa, Temer parece aprovar o dinheiro enviado para silenciar uma testemunha-chave de casos de corrupção relacionados ao seu governo. Ele negou a acusação.
A oposição vem pedindo a renúncia de Temer e vários pedidos de impeachment foram feitos nas últimas semanas.
O presidente, desafiando toda a pressão, prometeu continuar no poder.