Partido de Macron ganha maioria no segundo turno das eleições parlamentares

Fonte: Xinhua    20.06.2017 08h27

Paris, 20 jun (Xinhua) -- O presidente da França, Emmanuel Macron, do Partido da República em Movimento (LREM), ganhou no domingo uma ampla maioria na Assembleia Nacional, a câmara baixa do parlamento, no segundo turno das eleições legislativas.

O resultado eleitoral abriu o caminho para que o novo presidente da França controle o poder político do país durante o período de cinco anos, mostrou uma pesquisa de boca de urna.

"Os eleitores franceses preferem a esperança do que a raiva, o otimismo ao invés do pessimismo, a confiança do que a retirada," disse Édouard Philippe, primeiro-ministro.

"Um ano atrás, ninguém teria imaginado uma renovação política como essa. Nós devemos ao impulso do presidente da República dar nova vida à democracia. Nós também devemos aos franceses, que queriam dar a Representação nacional uma nova cara," acrescentou.

Com base no número de votos parcial feito pelo pesquisador Kantar Sofres-onepoint, o LREM sozinho ganhou 315 lugares, mais do que os 289 assentos necessários para ter a maioria na Assembleia Nacional, composta por 577 membros.

Com seus aliados do partido MoDem centrista, a maioria sobe para 360 legisladores, poupando a necessidade de confiar em outros partidos para aprovar legislação sobre códigos trabalhistas, reduzir a despesa pública em bilhões de euros, aumentar os impostos sobre o consumo e pensionistas ricos e investir mais em treinamento e setores inovadores.

À direita, os conservadores ganharam 133 cadeiras, tornando-se o maior partido da oposição. No entanto, os republicanos não representam qualquer ameaça à governança de Macron.

Em um voto de punição devido ao governo ruim, o Partido Socialista perdeu a liderança e ganhou apenas 32 assentos.

"Hoje à noite, o colapso do Partido Socialista é inegável, e o presidente da República tem todos os poderes," disse Jean-Christophe Cambadelis depois de anunciar sua renúncia como chefe do partido.

Ganhando seu primeiro assento, Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, fez sua entrada pela primeira vez na Assembleia Nacional depois de ganhar a corrida no distrito eleitoral de Pas-de-Calais.

Em comparação com a eleição de 2012, o partido anti-imigração melhorou sua performance depois de arrebatar 6 lugares em comparação com dois atualmente, para representar "a única força de resistência à diluição da França, seu modelo social e identidade," de acordo com Le Pen.

As pesquisas de boca de urna mostraram o partido "France Unbowed" de extrema esquerda ganhando 17 lugares, preparando o caminho para que o partido forme um grupo parlamentar "ofensivo" que buscará uma resistência social", disse seu líder, Jean-Luc Melenchon.

Com uma grande maioria vencida por seu partido, o presidente de 39 anos deu um novo golpe aos principais partidos tradicionais, redesenhando a câmara baixa do parlamento com a ajuda de perfis sem precedentes de rostos novatos, com metade deles nunca tinha ocupado um cargo eletivo.

No entanto, uma baixa participação histórica projetada provavelmente arrasará o triunfo de Macron de ter mão livre para colocar no chão sua receita na segunda maior economia da zona do euro.

De acordo com as pesquisas de opinião, a abstenção que variou entre 15% e 30% nas últimas quatro décadas, foi mais do que 50% no domingo, um outro sinal para Macron de que sua estadia no Palácio do Elysée não será apenas rosas.

Para Christophe Castaner, o porta-voz do governo, o desinteresse francês "é uma responsabilidade adicional e permitirá que Emmanuel Macron e Edouard Philippe nunca esqueçam que no fundo não há vitória nesta noite e a verdadeira vitória será em cinco anos, quando as coisas realmente mudarem."

"Os eleitores (...) não queriam assinar um cheque em branco (para o governo de Macron)", acrescentou.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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