Hong Kong, 22 jun (Xinhua) -- A implementação do princípio de "um país, dois sistemas" em Hong Kong é "sem dúvidas" um sucesso, disse em entrevista o ex-chefe do Executivo Tung Chee-hwa, confiante na habilidade da metrópole de lidar com os desafios do futuro.
Tung foi o primeiro chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) quando a cidade retornou à China depois do regime britânico, em 1º de julho de 1997.
Atualmente vice-presidente do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, disse que o retorno foi o "momento mais inesquecível" da vida dele: "Vi a bandeira britânica sendo baixada e a bandeira vermelha de cinco estrelas da China crescendo gradualmente. Eu, um chinês de 60 anos, estava feliz e emocianado".
Este ano também marca o 20º aniversário da Lei Básica da RAEHK. Promulgada conforme a Constituição da China, especifica as diretrizes de "um país, dois sistemas" e "pessoas de Hong Kong administrando Hong Kong" com um alto grau de autonomia.
Nos últimos 20 anos, o regime capitalista em Hong Kong não mudou, nem os estilos de vida das pessoas, disse Tung, acrescentando que a lei permaneceu quase a mesma, enquanto a economia e a sociedade mantiveram um firme crescimento.
Ele observou que o Estado de direito, um valor essencial da sociedade de Hong Kong, tem sido firmemente apoiado, algo que o governo central valoriza e defende.
Tung disse a maioria dos habitantes de Hong Kong sabe o significado do princípio de "um país, dois sistemas" e o segue com sinceridade.
Desde 1997, a RAEHK enfrentou muitos desafios. Tung lembrou a crise financeira asiática, que do nada começou na Tailândia em julho daquele ano e espalhou-se na Ásia, chegando a Hong Kong.
Ele também mencionou o surto de SARS em 2003 e a crise financeira mundial em 2008.
"Durante os últimos 20 anos, passamos por muitas dificuldades, mas como nós temos a Pátria que nos apoia podemos resolver os problemas mais facilmente."
As últimas duas décadas também viram laços mais estreitos entre Hong Kong e a parte continental, com mais moradores de Hong Kong falando mandarim e aprendendo mais sobre o país e seu desenvolvimento rápido, disse.
Anteriormente, Hong Kong dependia principalmente de comércio com a América e a Europa, mas atualmente é estritamente ligada com a parte continental, onde mais moradores de Hong Kong escolhem desenvolver suas carreiras, indicou Tung.
Tung assinalou que o sucesso do princípio de "um país, dois sistemas" também é reconhecido pela sociedade internacional. "Muitos amigos estrangeiros disseram para mim como inveja que nós temos vantagens sobre eles por causa de 'um país, dois sistemas'."
Porém, Tung admitiu que ainda há alguns problemas profundos, incluindo os altos preços de imóveis, uma grande disparidade entre os ricos e os pobres, a dificuldade para que os jovens subam na escala social e o oco industrial.
No entanto, permanece otimista sobre o futuro de Hong Kong. Na opinião dele, Hong Kong manteve um crescimento econômico forte apesar de encontrar diversos choques desde 1997 e tem uma reserva fiscal suficiente, fornecendo condições para solucionar seus problemas.
Nos últimos cinco anos, o PIB registra um crescimento nominal de mais de 5% todos os anos. Tung disse que "podemos solucionar muitos problemas com um crescimento de 4% a 5%".
Por outro lado, Tung acredita que Hong Kong deve aproveitar as oportunidades trazidas pelo desenvolvimento da China e utilizar de melhor forma suas forças nas áreas como comércio e finanças, internacionalização do yuan e a Iniciativa do Cinturão e Rota.
Ele também espera que Hong Kong, uma cidade onde o Oriente encontra o Ocidente, possa servir como uma ponte para intercâmbio cultural e estimular a integração de culturas diferentes do mundo.