Os navios da marinha chinesa entrarão no Mar Báltico na sexta-feira pela primeira vez, para realizar exercícios conjuntos com a Rússia, apesar das suspeitas ocidentais quanto à sua finalidade.
Um especialista chinês explicou que os exercícios destinam-se a ajudar ambos os lados a melhor proteger os navios de carga em diferentes regiões e profundidades marítimas, bem como agilizar ações conjuntas no âmbito do desenvolvimento da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”.
A primeira etapa do Joint Sea-2017 será realizada de 21 a 28 de julho no mar Báltico, informou a agência de notícias russa Sputnik, na terça-feira, citando o Ministério da Defesa russo.
Cerca de 10 navios, mais de 10 aeronaves e helicópteros da marinha russa e chinesa juntar-se-ão aos exercícios na primeira fase, revelou a Sputnik.
O contratorpedeiro de mísseis guiados mais avançado da China, o 052D, que está equipado com um radar multi-missão e um sistema de lançamento vertical, participará também nos exercícios.
"Esta é a primeira vez que a marinha chinesa entra no Mar Báltico, um mar de alta latitude", disse Li Jie, um especialista naval, ao Global Times, acrescentando que os exercícios conjuntos ajudarão a China a gerenciar futuras ameaças marítimas.
O Mar Báltico é uma importante rota comercial marítima entre a Rússia e a Europa, suscetível a confrontos entre países, explicou Li, acrescentando que a Rússia tem vindo a deslocar a sua atenção da Europa para a região Ásia-Pacífico nos últimos anos, devido à pressão dos EUA, visando usar a região como uma mais valia para lidar com aquele país.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), disse em junho que a NATO acompanharia os exercícios militares russos perto da fronteira dos países bálticos, pedindo transparência nas simulações conjuntas entre a China e a Rússia, assim como nos exercícios conjuntos, previstos para setembro, entre a Rússia e a Bielorrússia.
A China e a Rússia têm realizado exercícios conjuntos todos os anos desde 2012. O Ministério da Defesa Nacional da China reiterou que os exercícios deste ano se concentrarão em esforços conjuntos de resgate e na proteção dos navios de carga.