O governo da China afirmou na quinta-feira (26) que o "lixo estrangeiro" será totalmente proibido de entrar no país, numa altura em que autoridades planejam uma gestão mais exigente das importações de resíduos sólidos.

Até o final de 2017, o país proibirá as importações de resíduos sólidos que provoquem grandes danos ambientais e levantem preocupações públicas, de acordo com um plano de reforma sobre a gestão de importações de resíduos sólidos, divulgado pelo Conselho do Estado.

Pelo final de 2019, o país suspenderá as importações de resíduos sólidos que possam ser substituídos por recursos domésticos, segundo o plano.

O plano foi lançado depois que a China notificou a Organização Mundial do Comércio, na semana passada, que proibirá as importações de 24 tipos de resíduos sólidos, incluindo plásticos, aparas de papel, tecidos descartados, vanádio e outros tipos de resíduos, até o final de 2017.

A China começou a importar resíduos sólidos como matérias-primas para compensar situações de escassez doméstica de recursos desde a década de 1980. Porém, algumas empresas contrabandearam ilegalmente "lixo estrangeiro" para o país devido a fins lucrativos, prejudicando o meio ambiente e a saúde pública nacionais.

A China reduzirá gradualmente as categorias e a quantidade de resíduos sólidos importados, bem como aumentará o patamar das importações, de acordo com o plano.

O governo chinês está intensificando a luta contra a poluição ambiental, já que décadas de crescimento acelerado deixaram o país sobrecarregado com poluição atmosférica e o solo contaminado.

O Ministério da Proteção Ambiental (MPA) lançou uma campanha de um mês para combater a poluição no processamento de resíduos importados, com 420 inspetores selecionados, de 27 regiões provinciais, para formar 60 equipes de investigação.

As cidades de primeiro e segundo escalão da China importaram 46,98 milhões de toneladas de resíduos sólidos em 2015, menos 5,3% que o ano anterior, de acordo com dados do MPA.